Mulheres com uma anomalia no gene BRIP1 têm três vezes mais risco de desenvolver câncer de ovário, revela um estudo publicado nesta terça-feira. O gene alterado já havia sido identificado como um fator de predisposição de câncer de ovário, mas esta é a primeira vez que tal risco é quantificado, em um estudo publicado no Jornal do Instituto Americano do Câncer (JNCI).
– Em torno de 18 mulheres em cada mil desenvolvem câncer de ovário, mas este risco sobe para 58 por mil entre as mulheres que apresentam esta anomalia – destacam especialistas britânicos ligados ao estudo.
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Difícil de diagnosticar porque geralmente não provoca sintomas até se encontrar em estado avançado e por ser associado a outras patologias, o câncer de ovário é o mais fatal dos tumores ginecológicos. A doença é a origem de cerca de 150 mil óbitos ao ano no planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Na França, ele atinge cerca de 4,4 mil mulheres por ano, com mais de três mil mortes. O índice de óbito cinco anos após o diagnóstico é de 60%.
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O estudo publicado nesta terça-feira compara os genes de mais de oito mil mulheres europeias, compreendendo um grupo de pacientes, um grupo em bom estado de saúde e um grupo com antecedentes familiares de câncer de ovário.
– Recensear estas mulheres (com mutação do gene) contribuirá para prevenir mais casos e salvar vidas – assinalou um dos pesquisadores.
*AFP