O Ministério da Saúde confirmou hoje que, nos próximos meses, 11 centros serão capacitados a realizar o teste que confirma se uma pessoa foi infectada pelo zika vírus. Hoje, 16 instituições já podem analisar os exames. O aumento do número de laboratórios aptos amplia a capacidade e dá maior agilidade na detecção do vírus, segundo o ministério. Ao todo, em 2016, 27 unidades estarão preparadas para analisar cerca de 400 amostras por mês de casos suspeitos de zika no país.
O repasse da tecnologia já está sendo feito pelos Laboratórios de Referência Nacional (sentinelas) da Fiocruz, localizados no Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Pará (Instituto Evandro Chagas) e São Paulo (Instituto Adolfo Lutz). Em média, essas unidades realizam, atualmente, cerca de 80 exames por mês. No entanto, devido ao aumento de casos suspeitos de microcefalia em decorrência do zika, esses centros passarão a usar toda a sua capacidade instalada.
Além das unidades de referência, podem realizar o teste, atualmente, os Laboratórios Centrais (Lacen) dos estados da Bahia, Amazonas, Alagoas, Goiás, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Os 11 laboratórios que serão capacitados ficam no Espírito Santo, Acre, Amapá, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Roraima e Rondônia. O Ministério da Saúde também realizou, nesta semana, pregão para compra de insumos para realização de 250 mil exames a um custo de R$ 645 mil. Até a primeira quinzena de janeiro, todos os laboratórios terão recebido os insumos.
Atualmente, o ministério utiliza a vigilância sentinela para o monitoramento dos casos do zika. Em média, leva-se até 15 dias para coleta, envio ao laboratório de referência, processamento, análise e resultado das amostras. O teste deve ser aplicado, de preferência, nos primeiros cinco dias de manifestação dos sintomas. Segundo o ministério, o zika vírus é de difícil detecção, já que cerca de 80% das pessoas infectadas não manifestam sintomas.
De acordo com o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia relacionada à Infecção pelo zika, lançado no início do mês pelo governo federal, o teste para confirmar a má-formação deve ser feito por uma amostra de sangue, cordão umbilical ou líquor do bebê. A suspeita é baseada na medida das dimensões da cabeça.