O absorvente íntimo ainda causa controvérsia entre as mulheres. Enquanto algumas o consideram desconfortável, outras alegam que é uma opção que garante mais mobilidade em momentos de lazer. Mesmo tendo um uso simples, esse tipo de absorvente exige cuidados para evitar problemas e situações embaraçosas.
Cristiane Mello, ginecologista do Centro Clínico Gaúcho, esclarece algumas dúvidas sobre o produto. Confira:
1) Com qual frequência a troca deve ser feita?
O absorvente deve ser trocado, no máximo, a cada quatro horas. Se o fluxo for muito intenso, a troca deve ser ainda mais frequente.
Não há necessidade de trocar o absorvente após banhos de mar ou de piscina, exceto se a mulher perceber que ele tenha ficado enxarcado ou que tenha ocorrido algum vazamento - o que é raro de ocorrer se o item estiver colocado da maneira correta. Também não há necessidade de troca nas idas ao banheiro, pois o absorvente não fica no mesmo orifício em que sai a urina.
2) Qual tamanho escolher?
É o fluxo menstrual que define o tamanho do absorvente: quanto mais intenso, maior. Ele pode variar durante o período menstrual - normalmente menos intenso nos primeiros e últimos dias de menstruação. Como a vagina é um órgão elástico, não há problemas em se adaptar a diferentes tamanhos.
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3) Pode vazar?
É possível que ocorra vazamento em casos de muito fluxo, quando o tamanho do absorvente é inadequado ou quando a troca ultrapassa o limite de quatro horas. Por isso, é importante que a mulher tenha sempre o produto à mão para evitar problemas. Aquelas com fluxo muito intenso devem ter cuidado redobrado.
4) E na hora de dormir?
Como o corpo transpira e se movimenta menos enquanto dormimos, é possível ficar com o mesmo absorvente por até oito horas durante o sono. Mulheres que costumam dormir por mais tempo devem optar por um absorvente externo.
5) A saúde íntima pode ser prejudicada?
O cuidado mais importante no uso do absorvente interno é respeitar o intervalo de trocas. Essa é a medida mais eficaz para evitar a proliferação de bactérias na região íntima, que pode - mesmo que raramente - resultar na Síndrome do Choque Tóxico (SCT). Trata-se de uma doença grave provocada pela bactéria Staphylococcus aureus, que prolifera-se em excesso por causa do sangue estagnado muito tempo dentro da vagina.
Nos Estados Unidos, a incidência do problema é de apenas 0,0005%. Entretanto, a síndrome pode levar à morte caso não seja tratada. O primeiros sintomas são febre alta, dor de cabeça, olhos vermelhos, cansaço, tontura e até erupção cutânea - processo inflamatório da pele.
Além da doença bacteriana, o material sintético dos absorventes - principalmente dos externos - pode desencadear irritações em algumas mulheres. O interno, por ser feito com material hipoalergênico, tem menor potencial de causar reações alérgicas e sensibilidade. Embora casos alérgicos também sejam pouco comuns, a indicação é descobrir o que está causando o problema e optar por absorventes sem perfume e com malha seca.
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6) E se a cordinha sumir?
Por descuido ou mesmo desconhecimento, a mulher pode inserir a cordinha que serve para tirar o absorvente no canal vaginal. Se não conseguir retirá-lo sozinha, é preciso procurar um ginecologista para evitar ferimentos.
7) Há alguma contraindicação?
O absorvente interno deve ser evitado somente em casos de alergia ou quando a mulher apresenta algum tipo de infecção que não permita o contato da vagina com esse tipo de produto.
8) Qual a maneira correta de colocar?
A mulher deve estar confortável ao colocar o absorvente, seja em pé ou agachada. O importante é que o absorvente seja inserido até que todo o dedo entre no canal vaginal. A mão deve ser lavada antes da colocação, pois pode transmitir doenças.
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