Autor principal do estudo que mostrou que as pessoas envelhecem em ritmos muito diferentes, Daniel Belsky é pesquisador do Centro para o Estudo do Envelhecimento Humano da Universidade Duke. Ele falou a ZH:
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Qual é a importância de conseguir medir a velocidade do envelhecimento em diferentes pessoas?
Saber o ritmo do envelhecimento é crucial para identificar as causas do envelhecimento acelerado, o que poderá oferecer pistas para o desenvolvimento de novas terapias. E também para avaliar tratamentos que têm o objetivo de desacelerar o processo, sem que para isso seja necessário esperar décadas até verificar se uma pessoa jovem vai desenvolver alguma doença ou incapacidade. Além disso, dispor de indicadores para medir o envelhecimento biológico tem um potencial clínico como ferramenta para monitorar e risco e ainda como um dado para alertar os pacientes.
Em sua pesquisa, 18 marcadores biológicos foram medidos quando os mesmos voluntários tinham 26, 32 e 38 anos. O ritmo de envelhecimento permaneceu constante para cada pessoa ou ele pode acelerar e desacelerar?
Como só observamos o envelhecimento em três momentos da vida, não fomos capazes de estudar mudanças no ritmo de envelhecimento. Estamos empenhados em fazer isso assim que tivermos uma nova onda de medições, que planejamos coletar quando os participantes do estudo completarem 45 anos.
Quais fatores podem explicar que algumas pessoas envelheçam com mais velocidade do que outras?
Na pesquisa, não investigamos o que pode fazer algumas pessoas envelhecer mais rápido, mas estamos trabalhando em estudos desse tipo agora. De qualquer forma, é de esperar que a genética, as experiências de infância e o estilo de vida na fase adulta sejam fatores que contribuem para isso.
Que recomendação o senhor faria para quem está envelhecendo em ritmo acelerado?
Usamos a média da população para definir o que seria um ritmo normal. No caso dos que envelhecem mais rápido, nosso estudo não chega a apresentar tipos de comportamento individual que devem ser adotados para desacelerar o envelhecimento. Mas há outros estudos, feitos com animais e adultos mais velhos, segundo os quais dieta saudável, exercício físico e experiências sociais positivas são fatores importantes para envelhecer bem.