A reação da pequena Piper ao colocar óculos e enxergar claramente pela primeira vez ganhou a internet e o mundo. O vídeo, que já teve mais de 26 milhões de visualizações, lança luz a um tema pouco conhecido: bebês que precisam de óculos.
Posted by Jessica Sinclair on Sábado, 6 de junho de 2015
Picked up her glasses. Went out to eat and put them on her. Her reaction :) melts my heart
Maria Clara, de Capão da Canoa, tem 1 anos e 3 meses e, assim como Piper, usa óculos desde pequena.
- Aos cinco meses, notamos que ela puxava o olhinho nas fotos. Levamos no oftalmologista e foi diagnosticado o estrabismo. Ela colocou óculos aos 6 meses - conta a mãe, Catiana Rocha.
A menina utiliza o óculos infantil diariamente e utiliza um tampão no olho direito duas horas por dia para corrigir o problema.
ZH conversou com o Dr. Alexandre Marcon, chefe do serviço de oftalmologia da Santa Casa de Porto Alegre e com a Dra. Isabel Habeyche Cardoso, oftalmologista do Hospital Moinhos de Vento e Instituto de Olhos Habeyche Cardoso, para explicar as principais questões sobre o tema:
A quais sintomas e sinais os pais devem estar atentos?
Como os bebês não falam e ainda estão desenvolvendo a visão, os pais devem prestar atenção em alguns detalhes. Caso os pais notem algo incomum no olho do bebê - como, por exemplo, a córnea esbranquiçada ou opaca, o olho de tamanho maior do que o esperado ou um reflexo branco no centro da pupila - a consulta com um especialista deve ser imediata. Bebês que apresentam conjuntivite (olho vermelho e secreção ocular) também devem consultar imediatamente, para excluir casos de infecção neonatal por gonococo ou clamídia - explica a Dra. Isabel.
Se a criança tem algum tipo de "grau" nos olhos (miopia, hipermetropia, astigmatismo), poderá ter dificuldade em reconhecer rostos ou em pegar objetos próximos. Esses sinais podem ser facilmente percebidos pelos adultos - afirma o Dr. Marcon.
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A partir de que idade um bebê deve consultar o oftalmologista?
- Os bebês devem consultar um oftalmologista a partir do primeiro ano de vida. Caso apareçam os sintomas já citados, os pais devem levá-los independente da idade - pontua o Dr. Marcon.
- O "Teste do Olhinho", rotineiramente realizado pelo pediatra logo após o nascimento, pode detectar doenças como catarata congênita, glaucoma congênito, persistência do vítreo primário hiperplásico e certas infecções intraoculares. Contudo, esse teste não identifica nem avalia se o bebê tem algum tipo de "grau" nos olhos (miopia, hipermetropia, astigmatismo), por isso, o exame completo com o oftalmologista permite avaliar e quantificar esse grau, além de examinar a retina e o nervo óptico, que são estruturas do fundo do olho - afirma a Dra. Isabel.
Qual a importância do diagnóstico precoce?
O bebê não nasce sabendo enxergar, ela desenvolve ao longo dos anos iniciais. Por isso, quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o prognóstico visual da criança.
Para casos de catarata e glaucoma congênitos, a operação deve ser feita o quanto antes, idealmente no primeiro mês de vida. Em casos de miopia, hipermetropia ou astigmatismo, se o grau do bebê não for corrigido precocemente com óculos, os olhos não desenvolverão uma visão saudável, tornando-se "preguiçosos". Se o grau é em apenas um dos olhos, o olho saudável desenvolve uma visão normal e o olho que apresenta problema não enxergará bem, ficando "preguiçoso", sendo que a criança, muitas vezes, não repara nessa diferença entre os olhos. Esse olho "ruim" precisa ser estimulado para voltar a enxergar normalmente, e o tratamento tem melhores resultados quando realizado até os 7 ou 8 anos de idade. Caso contrário, a visão ficará diminuída, não havendo melhora na idade adulta - explica a Dra. Isabel.
A partir de que idade um bebê pode usar óculos?
Não existe uma idade mínima para o uso de óculos. Bebês com poucos dias de vida já podem fazer uso dos óculos - explicam os médicos.
As lentes dos óculos são fabricadas em um material especial, mais resistente a quebras e arranhões. A armação dos óculos costuma ser emborrachada e possui uma espécie de elástico na parte posterior, entre as duas hastes, o que ajuda a prendê-la na cabeça do bebê - detalha a Dra. Isabel.