A história nos relata que, na Ásia, as pessoas esperavam desde a infância pelo seu casamento arranjado, muitas vezes com um desconhecido, e que havia uma predisposição emocional do casal a aprender a se amar. De modo menos rigoroso, no passado ocidental, havia o desejo das famílias amigas em casar seus filhos. A união oficial que tem como motivo principal os laços afetivos é uma revolução recente dentro da instituição do casamento.
Há muitos sonhos acompanhando o casamento, como o de viver uma história de amor, o de ter família ou o de compartilhar a vida com o ser amado. É fato o postergar dos homens em relação à união pois, para muitos, casar significa assumir uma mulher e desistir de todas as outras e de muitas aventuras sexuais. Alguns homens e algumas mulheres adiam por haver incerteza de sentimentos, outros, por temerem um sofrimento.
Quais as garantias emocionais do casamento civil ou religioso? Nenhuma. Existem um compromisso civil e um religioso, e ponto. São dois grandes compromissos, sob a lei dos homens e de Deus, e que geram alguma aparente segurança, pelo menos inicialmente.
Quando o namoro é firme, os adolescentes dizem que "casaram". Alguns realmente unem-se de coração durante o namoro. Outros na cerimônia nupcial ou anos após, enquanto há aqueles que, apesar do aceite oficial, nunca realmente se casam. Qual é o enlace mais importante a ser celebrado? O do papel, o da igreja ou o do coração? Alguns dirão que o conjunto é essencial. Outros irão se ater às leis, pois há o documento real. Qual o mais fácil? É casar de coração. Quando você une de coração, há a autoconfirmação da existência especial do outro dentro de você e na sua vida, reconhecendo amar o outro integralmente, com qualidades e defeitos. Uma vez estando junto de coração, é fácil assinar papéis e participar de rituais, sem conflitos, não há o adiar. Para alguns, as etapas civil e religiosa são dispensáveis, pois a ligação primordial, a do coração, já foi selada. Sim, há muitos modos e significados diferentes do casar.
Nunca vivemos tanto, é o que diz o aumento da expectativa de vida. Então, há possibilidade de os casamentos durarem mais tempo. Como viabilizar o "felizes para sempre" com a longa sobrevida existente? Talvez unir-se de coração, como também fazer uma aposta bilateral na sinceridade e em crescimento constante, em se reinventar e em reinventar o amor. Isso pode melhorar a qualidade de vida afetiva, sexual e social do par e tornar a tarefa amorosa uma caminhada autêntica, alegre e compensadora.
A conquista e a sedução até podem admitir truques e jogos por curto tempo. Contudo, no casamento, em qualquer momento, é inconcebível brincar com os sentimentos do outro. Sabemos que há fases boas e ruins e que o presente e o futuro são negociados e reconstruídos dia a dia. Acredite no ser humano e nos vínculos.