Enquanto o reiki conquista seu espaço, mesmo que timidamente, no mundo científico, o caminho parece ser mais longo quando o assunto é seu reconhecimento como uma prática terapêutica. Nos Estados Unidos, já faz parte do rol de terapias complementares indicadas pelo Centro Nacional de Medicina Alternativa e Complementar (NCCAM). Aqui no Brasil, entretanto, ainda não é reconhecido pelo Ministério da Saúde, que já inclui especialidades da medicina tradicional chinesa como formas de terapia complementar - desde 2006, quando se lançou a Política Nacional de Práticas Integrativa, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer tratamentos como fitoterapia, homeopatia e acupuntura.
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- O reiki ainda não faz parte dessa lista, mas com os estudos já comprovados sobre a eficácia do método, bem como o crescente aumento de aderência a ele, acredita-se que, em um futuro bem próximo, ele possa ser reconhecido aqui no país - destaca a enfermeira Vera Lucia Freitag, terapeuta de reiki e pesquisadora do programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
A falta de regulamentação da prática dificulta a indicação de um profissional qualificado. Segundo o biólogo Ricardo Monezi, para reconhecer um bom terapeuta, é preciso conversar com o mesmo para saber seu local de formação e a forma como trabalha e lida com as questões de saúde:
- É preciso que predomine o paradigma da complementaridade. O terapeuta deve, sobretudo, estar preocupado em não isolar a pessoa de um tratamento convencional, mas, sim, em promover uma integração entre as diferentes formas de terapia.
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É o que defende também a oncologista Alice Zelmanowicz, do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre. Para a médica, se não houver contraindicações ou interferências no tratamento tradicional, as terapias complementares são bem-vindas:
- Elas podem ajudar o paciente a manter um bom estado de espirito, a relaxar e a reduzir o estresse. Já se sabe que estas técnicas são coadjuvantes no tratamento de diversas doenças, como o câncer.
Benefícios que já foram demonstrados por meio de estudos científicos:
- Redução e melhora do quadro de estresse
- Aumento de células de defesa do organismo
- Normalização da pressão arterial
- Melhora de dores crônicas
- Redução da fadiga em pacientes quimioterápicos
- Combate à insônia
Formação do terapeuta:
- Existem diversos cursos de formação, que englobam etapas teóricas e práticas, e que devem ser ministrados por um mestre em reiki.
- Normalmente, os cursos estão divididos nos níveis l, ll e lll e mestrado.
- Entre cada nível, deve ocorrer um processo de autocura que dura em torno de 21 dias. Nesse momento, a pessoa deve se autoaplicar reiki todos os dias, momento em que ocorre uma limpeza energética. Após este período, a aura e os chakras estarão limpos, livres para a passagem de energia, assim, estará apto a trabalhar como terapeuta.
- O tempo entre um curso e outro varia para cada mestre. O iniciado deve se sentir preparado para evoluir.
Fonte: Vera Lucia Freitag, enfermeira e terapeuta de reiki
Como é uma sessão de reiki:
- A sessão de reiki dura em média de 45 minutos a uma hora.
- Inicialmente, o terapeuta realiza uma avaliação do quadro da pessoa, de suas necessidades, sintomas e problemas que se manifestem emocional, mental, física ou energeticamente.
- Após a avaliação, o paciente pode ficar deitado ou sentado, conforme a condição física, para a aplicação da técnica.
- O tratamento reiki consiste, basicamente, na imposição das mãos em forma de concha em diferentes pontos do corpo com o objetivo de equilibrar o físico, o mental e o espiritual por meio da reposição energética.
- Acredita-se que os chakras (pontos específicos do corpo) são centros energéticos responsáveis pela troca e assimilação das energias que mantêm o organismo em equilíbrio. Quando algum desses pontos está bloqueado, ocorrem disfunções psíquicas e físicas. O que o reiki permite é, pela imposição de mãos do terapeuta, canalizar uma energia que age sobre esses bloqueios.
- A duração do contato nas diferentes zonas do corpo não é sempre igual. Ela depende dos locais onde o terapeuta encontra bloqueios energéticos.
- O paciente fica vestido durante a sessão, pois acredita-se que a energia reiki atravessa qualquer peça de roupa.
- O número de sessões necessárias varia conforme o caso.