"Este acontecimento rendeu 30 minutos de conversa com minha mãe!". Foi a afirmação feita por uma aluna após comentarmos o triste ocorrido da semana passada, quando um estudante morreu por intoxicação alcoólica em "maratona" de festa universitária.
A prevenção do abuso de drogas começa com os pais aprendendo a falar com os filhos sobre temas difíceis. Drogas, incluindo o tabaco e o álcool, são facilmente disponíveis às crianças e aos adolescentes. A pressão para experimentar essas substâncias, em geral, vem de amigos e colegas. O consumo de álcool entre adolescentes nas Américas varia amplamente de país para país, contando com 15% a 51% dos jovens. O uso frequente e o abuso do álcool são divulgados como sendo comuns entre alunos do Ensino Médio na América do Sul. Isso é especialmente preocupante, porque a iniciação precoce do consumo de álcool está associada a um maior risco de alcoolismo em adultos.
O álcool é a droga mais aceita em nossa sociedade. É também uma das mais consumidas e destrutivas. Mesmo pequenas quantidades de álcool podem prejudicar o julgamento, provocar comportamento violento e diminuir o tempo de reação motora. Acidentes de carro relacionados à ingestão são a principal causa de morte de adultos jovens, com idade entre 15 e 24 anos. Esta é apenas a mais óbvia das consequências adversas. Estatísticas do Conselho Nacional Americano de Alcoolismo e Dependência de Drogas implicam o uso de álcool em cerca de metade de todas as agressões sexuais envolvendo adolescentes e estudantes universitários, incluindo estupro. É assustadoramente alta a proporção de adolescentes que admitem ter apagões induzidos pelo álcool - um em cada seis refere não recordar os acontecimentos da noite anterior. Adolescentes sexualmente ativos também são menos propensos a se protegerem contra a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, pela simples razão de que estão muito embriagados para tomar as precauções necessárias antes de ter relações sexuais.
Além dos efeitos agudos, um em cada quatro usuários de drogas ilícitas entre as idades de 12 e 17 anos desenvolve dependência, uma taxa significativamente mais elevada do que a de qualquer outro grupo etário. Ainda não está claro por que nossos corpos reagem às drogas de forma diferente, por que um adolescente pode flertar com álcool e, em seguida, romper a relação de forma limpa, enquanto outro progride freneticamente para o vício, às vezes para a vida toda. A hereditariedade parece desempenhar um papel importante na determinação da suscetibilidade de uma pessoa para efeitos das drogas. Por exemplo, a taxa de alcoolismo entre os filhos de pais alcoolistas é quatro a cinco vezes maior do que entre os filhos de não alcoolistas. Se há um histórico de abuso de drogas em sua família, fique mais atento ainda. Além de características genéticas, alguns fatores sociais e ambientais aumentam as chances de que um menino ou menina se liguem ao álcool. Condições psicológicas não tratadas, como depressão, ansiedade, transtorno de conduta e problemas de aprendizagem que interferem no sucesso acadêmico e social podem levar ao uso de drogas ilícitas.
Os pais são a maior influência que as crianças têm. Não há garantia de que seu filho não vai usar drogas, mas é muito menos provável de acontecer se você participar da vida do adolescente e supervisioná-lo, quando necessário. Dê o exemplo em casa, evitando o uso regular e em excesso de bebidas alcoólicas. Não faça piadas sobre ficar bêbado. Seus filhos devem entender que isto não é engraçado nem aceitável. Mostre aos seus filhos que há muitas maneiras de se divertir sem álcool.
Converse e ouça. Dê orientações e regras claras sobre não usar drogas. Ensine a dizer NÃO antes que ofereçam.