Existem os que viajam apenas para curtir, no final, um prazer insólito: o caminho da volta. Outros, menos afeitos a raízes, saem pelo mundo arrastando tralhas, sem compromissos com o que ficou para trás. Ninguém saberá se abdicaram de promessas de amor, nem se tinham algum afeto que justificasse voltar. Eles tratam a vida passada como mochilas usadas e, simplesmente, partem, sabe-se lá se por impulso ou desapego. Os mais conservadores, na construção de uma carreira profissional diferenciada, são muitas vezes impulsionados a sair em busca de refinamento técnico, mas ficam o tempo todo voltados para o que deixaram, e imaginando o que poderão trazer para justificar o investimento em saudade. São os aborígenes, com graus variados de incurabilidade.
Palavra de médico
J. J. Camargo: Das raízes
Há quem saia pelo mundo sem compromissos com o que ficou para trás, mas há os que viajam pelo prazer do caminho de volta