Uma nova técnica, ainda em fase inicial, pode ajudar mulheres com insuficiência ovariana primária. O método, que faz com que os ovários de mulheres inférteis voltem a produzir óvulos, proporcionou, no final de setembro, o nascimento de um bebê no Japão.
De acordo com o estudo publicado no periódico americano "Proceeding of the National Academy of Sciences", uma segunda mulher engravidou utilizando o mesmo método.
- O feito, embora em fase inicial, abre precedentes para que mais mulheres sejam beneficiadas - destaca o especialista em reprodução assistida, Nilo Frantz.
O autor do estudo, Aaron Hsueh, professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Stanford, explica que o tratamento conseguiu despertar alguns dos folículos primordiais remanescentes e fazê-los produzir óvulos. Os ovários foram analisados e tratados com drogas estimulantes para bloquear uma certa via de crescimento, denominada PTEN, que faz com que os folículos fiquem adormecidos. Pequenos pedaços dos ovários foram, então, transplantados de volta nas mulheres, perto das trompas de falópio.
Oito das 13 mulheres apresentaram sinais de crescimento folicular e foram tratadas com hormônios para estimular a ovulação. Neste grupo, cinco desenvolveram óvulos maduros, que os cientistas coletaram para fertilização in vitro, usando o sêmen dos parceiros. Uma delas recebeu dois embriões e levou até o fim uma gestação única, e o parto foi feito por cesariana, uma vez que o feto estava sentado na 37ª semana.
Entenda a Falência Ovariana Precoce
Cerca de 1% das mulheres sofrem de Falência Ovariana Prematura, uma doença que interrompe de forma precoce e inesperada a menstruação, levando à infertilidade.
O problema pode ter causas genéticas ou ser consequência de doenças autoimunes como a artrite reumatoide, o lúpus e o diabetes, que levam o organismo a desenvolver anticorpos que, em alguns casos, afetam o sistema reprodutivo e interferem na produção dos hormônios que regulam a ovulação e as demais funções ovarianas.
Os avanços recentes na área da reprodução permitem, por meio de um exame de sangue que avalia a reserva ovariana da paciente - denominado Hormônio Anti-Mulleriano - quantificar o "estoque de óvulos nos ovários". A partir dele, pode-se ter uma ideia quando a menopausa irá começar.
Descoberta
Técnica faz mulher infértil voltar a produzir óvulos e engravidar
O método proporcionou, no final de setembro, o nascimento de um bebê no Japão
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