Efeitos incertos acima de 55 anos
O estudo australiano não responde se pessoas com mais de 55 anos também teriam pele mais jovem se usassem protetor solar, destacou Adele Green, principal autora.
Após essa idade, o envelhecimento da pele começa a se destacar e os efeitos da luz ultravioleta são cumulativos. Não se sabe ao certo o quanto o protetor solar pode ajudar se o uso for iniciado em outro momento, mas Adele aconselha o uso mesmo assim, uma vez que ele pode proteger contra o câncer de pele.
O estudo também não responde se pessoas de pele mais escura podem proteger a pele de rugas e da flacidez por meio do uso de protetor solar. Porém, pessoas de pele clara têm muito mais problemas com o fotoenvelhecimento e o câncer de pele, se comparadas a pessoas de pele escura, afirmou Barbara Gilchrest.
Ao ser questionada se pessoas de pele escura teriam pele mais jovem com o uso de protetor solar, ela afirmou acreditar que sim.
Uma pesquisa desafiadora
Até agora, estudos sobre o uso do filtro solar nunca tinham sido feitos porque a simples ideia é desafiadora. Centenas de pessoas saudáveis precisaram concordar em seguir, durante anos, as instruções dos pesquisadores.
Na pesquisa australiana, que foi patrocinada pelo Conselho Nacional de Pesquisa Médica e em Saúde da Austrália (nenhuma marca de protetor contribuiu), o filtro solar deveria ser utilizado todos os dias e ter um fator de proteção (FPS) 15, que filtra 92% dos raios do sol (uma pessoa que geralmente ficaria queimada em 10 minutos, levaria 150 minutos com o FPS 15). Para comprovar que os voluntários estavam utilizando diariamente o protetor, as embalagens do produto eram pesadas.
Pesquisadores estudaram apenas pessoas de pele branca da cidade de Nambour, cerca de mil quilômetros ao norte de Sydney. Os participantes concordaram em permitir que os pesquisadores fizessem moldes de silicone no início e no fim do estudo, para avaliar como as peles haviam reagido.
Método funciona como
biópsia, diz pesquisadora
Principal autora do estudo, Adele Green, cientista sênior do Instituto de Pesquisa Médica de Queensland, e seus colegas demonstraram que esse tipo de método fornece o mesmo tipo de informação que uma biópsia da pele. Com ela, os dermatologistas buscam a elastina, o tecido elástico da pele, que se degrada com o passar do tempo, contribuindo para surgir rugas e flacidez.
É fácil ver os efeitos do envelhecimento em uma biópsia, disse David Leffell, professor de dermatologia e cirurgia da Universidade Yale (EUA):
- Em vez de belas fibras rosadas, você vê um material roxo e amorfo. É quase como olhar para uma fotografia através de lentes cobertas com vaselina - comparou.
Elixir da juventude
Pesquisa comprova eficácia do filtro solar para retardar rugas e flacidez na pele
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