O professor de inglês Paulo Leite, 48 anos, aproveitou uma brecha nas atividades do seu ano sabático na China para falar ao Vida. Em 2010, ele deixou o emprego em um curso pré-vestibular de Porto Alegre para percorrer o Oriente de bicicleta. A jornada já dura um ano e meio: foram quatro meses na Indonésia, um mês no Timor Leste, um mês na Malásia, cinco na Tailândia, dois em Mianmar e um no Laos. No momento, estuda mandarim na cidade de Kunming, sem data para prosseguir viagem.
ZH - Como foi o planejamento?
Paulo Leite - Passei um ano planejando. Não exatamente por onde eu viajaria ou se estudaria e trabalharia, porque essa é, sem dúvida, a parte mais fácil. Eu tinha um plano bem básico. A viagem seria de bicicleta, porque eu já não me satisfazia com ônibus e trem, começaria pela Ásia, porque me sentia mais tranquilo por ter estado por lá várias vezes, e iria morar em algum país para estudar um idioma, porque acho importante trazer alguma coisa mais sólida na bagagem, além da experiência de vida.
ZH - Que descobertas o sabático proporcionou?
Leite - Uma viagem como esta sempre traz grandes mudanças. São muitas vezes imperceptíveis em um primeiro momento, mas vão moldando uma nova personalidade. O que um viajante mais aprende é ter paciência, muita paciência. O mais incrível é que, no momento em que tu mais precisas, sempre vai aparecer alguém para te ajudar. Então, o meu pensamento é o mesmo: estou viajando à procura de alguém para ajudar.
ZH - O que vai fazer quando voltar?
Leite - Não tenho planos para um futuro tão distante do que o depois de amanhã.