As vitaminas exercem um papel importante no organismo humano e podem ser aliadas no momento de ter um bebê. O efeito da alimentação na fertilidade, sobretudo feminina, está cada vez mais descrito em trabalhos científicos. Pesquisas recentes mostram que a vitamina D, em especial, conhecida pelo seu papel de regular absorção de cálcio e fósforo no organismo, modula a função dos órgãos sexuais e é crucial para a integridade os tecidos sexuais e a reprodução.
Direta e indiretamente, a D está relacionada a pelo menos 2 mil genes, o que comprova a sua vasta gama de benefícios. Conforme o especialista em reprodução humana Nilo Frantz, a prescrição de vitaminas faz parte da rotina de muitas instituições que tratam os problemas de infertilidade.
- Na nossa clínica já adotamos a rotina de dosar os níveis sanguíneos de vitamina D em pacientes que realizam tratamentos como a fertilização in vitro - relata o médico.
Estudos, como o da Kocaeli University/USA, demostram que altos níveis de vitamina D no organismo auxiliam na fisiologia reprodutiva. A suplementação da vitamina D atua como um regulador celular do metabolismo das pacientes. De acordo com a investigação, os dados obtidos a respeito dos efeitos da vitamina D em ratos demostrou que a falta desta vitamina na fisiologia reprodutiva desses animais, reduziu em 75% a capacidade de fertilidade, assim como a deficiência do crescimento neonatal também foram descritos.
Outras investigações experimentais com modelos de ratos mostram insuficiência gonadal, expressão gênica reduzida e deficiência nos níveis de estrógenos, assim como defeitos ósseos. Alguns pesquisadores têm atribuído a redução da fertilidade à reduzidas taxas de vitamina D. No entanto, outros estudos sugerem que, em ratos machos, a fertilidade é mais criticamente afetados por níveis de cálcio, independente da vitamina D. De fato, a falta de cálcio afeta a maturação do espermatozoide, capacitação e reação acrossômica Os dados revelam também que o consumo de uma dieta deficiente em vitamina D, antes e durante a gravidez, em ratos afeta negativamente a fecundidade, independentes da idade das fêmeas e índice de massa corporal (IMC).
Segundo a nutricionista Rosa Silvestrim, esse nutriente é fundamental para proliferação e diferenciação dos tecidos, síntese e secreção de hormônios tireoidianos e paratireoidianos, secreção de insulina, modulação do sistema imune, atividade cerebral, adequado funcionamento cardiovascular, controle da pressão arterial, entre outros benefícios. Mas é importante destacar que o excesso de vitamina D provoca produção excessiva de urina, dor, náusea e perda de apetite, assim como aumento na reabsorção óssea.
O especialista em reprodução humana Marcos Höher lembra que outras pesquisas, como a do grupo de pesquisadores da University of Graz, Aústria, demonstram que a vitamina "D" no corpo humano auxilia na regulação hormonal da mulher e também na contagem de espermatozoides do homem.
- No Rio Grande do Sul é verificado um maior percentual de insuficiência e de deficiência desta vitamina em relação à média brasileira. Isto ocorre pelo período mais longo de frio e, com mais pessoas de pele clara, devido aos cuidados em evitar a exposição à radiação solar, mesmo nos meses de calor - ressalta.
O estudo, publicado no Jornal Europeu de Endocrinologia, analisou 2.300 pessoas e revelou que os efeitos da vitamina nos hormônios sexuais de ambos os sexos é um meio de explicar porque as taxas de concepção caem no inverno e aumentam significativamente no verão nos países do norte europeu.
Fontes de vitamina D
O organismo produz vitamina D quando exposto ao sol, mas alguns alimentos também podem ser fonte desse nutriente. Salmão, atum enlatado conservado em água, sardinha, gema de ovo, queijos, bife de fígado e cogumelos são alguns exemplos.