Em suas diversas formas, as hepatites virais podem evoluir para cirrose e câncer no fígado, se não tiverem o tratamento adequado. Em 28 de julho, é lembrado o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, com diversas campanhas de conscientização, inclusive encabeçadas pelo Ministério da Saúde.
No Brasil, existem cerca de 3 milhões de portadores do tipo mais grave da doença, a hepatite C, transmitida através de transfusões de sangue ou cirurgias, relação sexual, utilização de agulhas e seringas contaminadas ou mesmo de mãe para filho. Nas transfusões sanguíneas realizadas no país antes de 1992 houve uma grande incidência de transmissão da hepatite C. Hoje, porém, já se usam métodos de análise que garantem a segurança do processo.
A doença é caracterizada pela inflamação do fígado na infecção aguda e fibrose nos casos crônicos. De acordo com a hepatologista Edna Strauss, os sintomas iniciais podem ser confundidos com os da gripe: febre, dores no corpo, náusea e falta de apetite.
Cerca de 30% dos contágios de hepatite C acontecem por meios desconhecidos. E, apesar das várias linhas de pesquisa a respeito da doença, a vacina para esse tipo ainda não foi desenvolvida. Por isso, a especialista recomenda cuidados simples como não compartilhar objetos - escovas de dentes, alicates de unhas, agulhas de acupuntura e aparelhos de barbear. O uso de preservativos nas relações sexuais é outra maneira de não se expor ao risco.
Na fase aguda ou crônica da hepatite C são indicados medicamentos de alta complexidade, por tempo prolongado e que têm muitos efeitos colaterais. Quando o tempo de doença ultrapassa seis meses, as possibilidades de cura giram em torno de 50%, embora novos medicamentos alcancem porcentagens de 75%. O tratamento pode variar entre 24 a 72 semanas, dependendo do genótipo do vírus, do estágio da doença e da evolução da carga viral durante o tratamento.
Diferentemente das hepatites A e B, que podem ser prevenidas com a aplicação de vacinas, não há imunizante contra o tipo C, sendo fundamental o diagnóstico precoce para evitar o agravamento do quadro, causa mais frequente de transplante hepático no Brasil e no mundo.
Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) organizou uma campanha no Parque da Redenção, das 10h às 17h, onde será disponibilizado à população testes rápidos para diagnóstico de hepatites B e C e vacinas para quem não tiver a doença. Quem tiver o resultado do teste positivo, será encaminhado para exames definitivos e acompanhamento médico.
:: Hepatite A
A hepatite A é adquirida através da ingestão de água e alimentos contaminados pelo vírus. Assim, merece especial importância ao ato de lavar bem as mãos antes e depois de ir ao banheiro, antes das refeições, além de lavar corretamente frutas e legumes antes de consumi-los.
:: Hepatite B
No caso da hepatite B, ganha destaque a transmissão através de relações sexuais sem preservativos e durante o parto das mães infectadas pelo vírus da hepatite B. Ela pode também ser transmitida por via parenteral, isto é, através do uso de drogas injetáveis, transfusões com sangue contaminado e realização de procedimentos com material contaminado e não esterilizado, como tatuagens e procedimentos estéticos em salões de beleza.
:: Hepatite C
Atualmente, a hepatite C é a maior causa de cirrose, sendo assim a principal doença que leva os pacientes ao transplante de fígado. Sua descoberta foi feita em 1989, mas apenas a partir de 1992 os bancos de sangue começaram o seu rastreamento entre os doadores. Assim, pacientes que receberam transfusões de sangue antes desta data estão entre a população de risco.
SERVIÇO
O quê? Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais
Quando? Sábado, 28 de julho, das 10h às 17h
Onde? Parque da Redenção e no Hospital Parque Belém (avenida Oscar Pereira, 8.300, bairro Belém Velho)
Quanto? Gratuito
Mais informações: site da SMS