O Brasil é um dos países que mais importa azeite de oliva. Um dos motivos é a produção interna, que ainda dá os primeiros passos. A colheita, no entanto, vem crescendo. Segundo o Ministério da Agricultura, a produção brasileira em 2017 é estimada em 60 mil litros, contra 30 mil do ano passado.
O cultivo das oliveiras no Brasil começou a pouco e foi só a partir de 2013 que alguns produtores extraíram o suficiente para engarrafar as primeiras marcas. O Rio Grande do Sul é um dos estados pioneiros. Com clima e solo propício para o plantio, tem capacidade para produzir azeite extravirgem de alta qualidade.
Maria Beatriz Dal Pont é sommelier de azeites com certificação concedida pela International Oliveoil Agency. A pesquisadora, que vive em Caxias do Sul, é grande entusiasta da produção local. Ela explica que as principais características do óleo gaúcho são o frescor e o sabor intensamente frutado.
– O azeite é o oposto do vinho: quanto antes ele é consumido, melhor e mais fresco. O azeite importado da Europa, por exemplo, é transportado em um navio por meses e chega aqui num estado bem diferente do que estava na hora do envase. Em contraponto, o óleo que é produzido no Rio Grande do Sul em no máximo uma semana pode estar na prateleira sendo vendido. Quanto menor for esse tempo entre colheita, produção, envase e comercialização, maior a qualidade do azeite – compara Maria Beatriz.
Além do frescor, os produtos locais são mais baratos, pois não tem o custo de importação acrescido. Quanto ao sabor, Maria Beatriz diz que ele depende do tipo da azeitona. No entanto, há pontos em comum entre todos os azeites extravirgem.
A acidez não deve passar de 0,8%. Ele é frutado, aquele aroma de fruta, de maçã verde, de grama, de alface, de erva cortada. Toda essa gama que envolve verde fresco
MARIA BEATRIZ DAL PONT
Sommelier de azeites
Gaúcha de Pinheiro Machado, a marca de azeites Batalha vem se destacando no mercado e até mesmo no cenário internacional. Foram sete prêmios conquistados nos últimos dois anos, entre eles a inclusão, por duas vezes, no guia italiano Flos Olei, considerado a “bíblia dos azeites” por alguns especialistas.
A família Batalha é de São Paulo e há mais de 40 anos trabalha com o setor agrícola. Conheceram e encantaram-se pela região da Campanha e, sabendo do potencial para o cultivo das azeitonas, resolveram investir. Hoje responsável pela área de marketing da empresa, Kau Batalha destaca a paixão dos produtores pela região e revela planos para o futuro.
– Temos o projeto de fazer dessa região do Rio Grande do Sul a maior produtora de azeitonas do Brasil. Algo parecido com o que ocorre na Serra em relação aos vinhos, fazer do local referência no cultivo das oliveiras e formar um polo de atração tanto para turistas quanto para novos produtores e investidores – projeta Batalha.
Os azeites Batalha são produzidos a partir de um blending de até seis variedades diferentes de azeitonas. O tempo entre a colheita e a prensagem é de cerca de 30 minutos, o que define a baixa acidez e garante o frescor. O cuidado e a paixão dos produtores, somados às condições do terreno possibilitam a alta qualidade do azeite.
Saiba mais no site do Azeite Batalha.