Por mais confortável e tentador que pareça, o sedentarismo não é a melhor escolha para o corpo humano. Passar longos períodos sentado ou deitado enquanto se está acordado é prejudicial à saúde. A boa notícia é que reduzir o tempo imóvel pode ser mais simples do que parece. Especialistas listaram algumas ações que reduzem o sedentarismo.
Riscos do sedentarismo para o corpo
A falta de movimentos dos músculos – o que caracteriza o sedentarismo – propicia o desenvolvimento de diversas doenças e quadros de risco. Pequenas mudanças na rotina, como na escolha entre o elevador ou a escada, podem auxiliar na melhoria de vida.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estipula que uma pessoa saudável deve praticar 155 minutos semanais de atividade física moderada ou 75 de atividade intensa. Ou seja, alguém que pratica pelo menos 30 minutos de exercício por dia, durante cinco dias, dificilmente desenvolverá um comportamento sedentário.
Hábitos para combater o sedentarismo
Pensando na agitação do dia a dia, o chefe do Serviço de Cardiologia da Santa Casa de Porto Alegre, Paulo Ernesto Leães; e o professor do curso de Educação Física da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS), Rafael Baptista, listaram cinco pequenos hábitos que podem auxiliar no combate ao sedentarismo:
- Deslocamentos: se for de transporte público, descer três quadras antes e completar o percurso caminhando. De carro, estacione distante e faça o mesmo. Dê preferência à trajetos a pé ou de bicicleta
- Escadas: no lugar do elevador, sempre que possível escolha subir alguns degraus, mesmo que seja de um ou dois andares apenas
- Pratique atividades manuais: em casa, exerça atividades como jardinagem, lavar o carro ou fazer faxina
- Dançar: é uma atividade física moderada e pode ajudar a manter o corpo em movimento
- Brincadeiras: aproveitar os momentos de lazer para brincar, seja com filhos e netos, por exemplo, pode ser uma boa opção também, desde que com ações de pé ou esforço físico
O que é o sedentarismo?
Chefe do Serviço de Cardiologia da Santa Casa de Porto Alegre destaca que o sedentarismo não é uma doença, mas sim um comportamento que decorre do estilo de vida das pessoas. A falta de atividades físicas eleva o risco de quadros de obesidade e desenvolvimento de diabetes, problemas cardiovasculares e, em alguns casos, de cânceres, alerta o cardiologista.
— O sedentarismo decorre de alguém que se acostumou. O homem sempre foi nômade, caminhava muito e a partir do momento que passou a se fixar mais nas cidades este indivíduo começou a praticar cada vez menos atividades físicas. A industrialização mudou tudo — explica o Leães.
Em um mercado profissional dominado por grandes escritórios e indústrias cada vez mais automatizadas – sem a necessidade de mão de obra humana –, muitos profissionais executam suas funções sentados, passando horas em posições similares. Este cenário possibilita o início de comportamentos sedentários, por isso é importante movimentar-se em meio às atividades profissionais.
Uma das dicas é ter atenção com a postura enquanto se está sentado, seguidamente mudar de posição e corrigir a coluna. Problemas posturais e ortopédicos são alguns dos casos mais comuns oriundos do sedentarismo.
Cuidados antes de começar uma atividade física
O primeiro passo para combater o sedentarismo é aceitá-lo e entender o comportamento. Mas, iniciar atividades físicas por conta própria e sem as orientações e recomendações de um médico e de um educador físico pode ser perigoso.
É importante consultar com um médico – cardiologista, por exemplo –, realizar um check-up de exames para identificar possíveis problemas clínicos.
— É para a pessoa saber se tem algum risco de saúde. Estamos falando de atividades que aumentam a frequência cardíaca, às vezes algum sintoma só se apresenta quando a pessoa dá início a esta atividade — salienta Baptista.
Com a liberação médica e a orientação de um educador físico, a pessoa está liberada para iniciar as atividades físicas.
*Matéria editada com base em entrevistas realizadas em março de 2024