Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta terça-feira (2), o psiquiatra Thiago Rocha conta como as emoções do filme Divertida Mente 2 ajudam a explicar a formação de crianças e adolescentes.
— Ele (o filme) é certamente uma obra prima por vários aspectos. Primeiro pela capacidade de conseguir trazer para as telas algo que, às vezes, era tão difícil de construir na conversa, na orientação de pais, de crianças — avaliou.
Na concepção do especialista, o estúdio Pixar foi certeiro ao demonstrar como as emoções trabalham nessa transição da infância para adolescência. Principalmente em relação a dificuldade que as pessoas dessa faixa etária têm em administrar tantos sentimentos, pensamentos, desejos e expectativas.
— De uma hora pra outra a opinião dos outros, a preocupação com o desempenho, a dúvida sobre o seu próprio valor, o seu papel no mundo começa a ser uma grande avalanche dentro do processo da adolescência. Isso é adolescência — lembra.
Apesar dos holofotes do filme estarem voltados para a personagem Ansiedade, Rocha alerta para o Tédio que está sempre com um smartphone na mão. O comportamento é percebido na maioria dos jovens e adolescentes da atualidade.
— Eu não acho que a gente tem que negar a modernidade, mas eu acho que a gente confundiu um pouco isso nos últimos tempos. As telas se tornaram um pedaço grande demais na vida dessas crianças.
Além disso, também reforça que é importante garantir a segurança desses jovens no ambiente digital:
— O mundo da internet é como se fosse a rua. Ninguém deixa uma criança sair andando sozinha, vagando pela madrugada de qualquer periferia. Mas gente acaba fazendo isso dentro de um mundo que é desconhecido. A gente não sabe quem está do outro lado — conclui.