Fechado desde a enchente de maio, o Centro Obstétrico do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, deve ser reaberto no primeiro trimestre de 2025, conforme projeção de João Baptista Feijó, diretor-executivo da Associação Educadora São Carlos, mantenedora da casa de saúde. A demissão de cerca de 50 funcionários da maternidade, entre médicos e enfermeiros, que ocorreu no início desta semana, causou temor sobre o fechamento permanente do serviço e resultou em notas de repúdios de sindicatos e associações médicas do Estado.
O Mãe de Deus teve seu subsolo inundado durante a enchente de maio e precisou ser totalmente fechado, com transferência de 278 pacientes para outros hospitais. Houve remanejo dos setores para possibilitar a reabertura escalonada dos serviços. No entanto, o único atendimento que não foi retomado é no Centro Obstétrico, que segue fechado e sem data definida para reabrir.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (31), Feijó explicou que o terceiro andar do prédio do Mãe de Deus, onde funcionava a maternidade, precisou ser readequado para comportar serviços anteriormente instalados no subsolo e dão "suporte para o funcionamento do hospital". O Centro Obstétrico da casa de saúde conta com 18 leitos de maternidade e 10 leitos de UTI neonatal.
— Diante disso nós não tivemos condições de reabrir a maternidade. (...) Nesse segundo semestre, nós não teremos condições de reabrir a maternidade, isso vai ficar possivelmente para o primeiro trimestre do ano que vem — projetou Feijó ao salientar que a administração do hospital Mãe de Deus tem realizado diversas avaliações e elaborado projetos para adequar corretamente todos os setores da casa de saúde.
Sobre a demissão dos funcionários que atuam na maternidade, o diretor-executivo explicou que devido ao custo do setor, o hospital não teria condições de manter todos os profissionais. Feijó ainda salientou que médicos, enfermeiros e técnicos do Centro Obstétrico foram remanejados para outros setores, para evitar novas dispensas.
— Tivemos um prejuízo gigante com essa inundação, tanto um custo para a reconstrução do que foi atingido, quanto toda a parte de capital de giro, porque o hospital ficou fechado. Não tivemos receita praticamente durante dois meses. Não temos condições de manter a totalidade dos funcionários da maternidade, mas para uma boa parte dos funcionários, a gente conseguiu reaproveitá-los em outras áreas do hospital. —
Abaixo, escute a entrevista completa de Feijó no Gaúcha Atualidade, que também recebeu o presidente do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), Eduardo Trindade: