Os próximos dois meses prometem ser "críticos" em relação aos casos de dengue em Porto Alegre. A avaliação é do secretário municipal de Saúde. Em entrevista nesta terça-feira (26) ao Gaúcha Atualidade, Fernando Ritter comentou o aumento no número de casos da doença na capital. Nesta segunda-feira (25), o RS chegou a 40 mortes pela doença. A estatística foi registrada com a confirmação de três óbitos pela Secretaria Estadual da Saúde. As vítimas são três idosos que tinham doenças pré-existentes.
O número de municípios que decretou situação de emergência sanitária também aumentou. Nas últimas semanas, recorreram a essa medida prefeituras como as de Canoas, Cachoeirinha, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Três Passos, Tenente Portela, Espumoso, Redentora, Independência, Crissiumal e Uruguaiana. No entanto, segundo Ritter, a Secretaria de Saúde de Porto Alegre está preparada para esse momento crítico, que deve avançar por abril e maio, em razão das temperaturas consideradas ainda altas.
Uma das explicações é o clima. Isso porque, conforme o secretário, é necessária uma sequência de, pelo menos, cinco dias de temperaturas mais baixas – inferiores a 18ºC – para ajudar no extermínio do mosquito transmissor da doença. Porém faz uma ressalva:
— A gente acredita que vai diminuir (a presença do mosquito). Mas não vai acabar. Porque a expectativa de início de inverno é de temperaturas baixas no início da manhã e que ultrapassam 20ºC ao longo do dia. Então a gente vai conviver (com o mosquito).
Ritter reforçou ainda o alerta sobre os principais sintomas da doença, em especial a desidratação. O quadro é a principal razão para mortes.
— O tratamento precoce, nesses casos, é hidratar. Talvez a hidratação venosa, inclusive. As pessoas normalmente morrem de dengue por causa de desidratação. Isso é inadmissível. São mortes completamente evitáveis — lamenta Ritter.
O secretário também fez um apelo para que a população ajude no combate a criadouros do mosquito. Até o momento, Porto Alegre registra 919 diagnósticos positivos de dengue e nenhuma morte.