A chuva registrada nesta sexta-feira (8) em Porto Alegre foi acompanhada de transtornos na Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN ). A instituição localizada na zona sul da cidade passou a registrar pontos de alagamento e até goteiras. Desde segunda-feira (4), pacientes também enfrentam problemas no abastecimento de água.
Como justificativa aos alagamentos e goteiras, o AHVN citou a rede subterrânea com mais de 50 anos e garantiu que as equipes estão empenhadas em solucionar o problema.
A equipe de reportagem de GZH esteve em frente ao hospital durante a tarde em busca de depoimentos. Por medo de represálias, quem aceitou conceder entrevista pediu para não ser identificado.
Segundo usuários, a sala de espera da emergência, onde estavam muitas pessoas aguardando por atendimento, apresentava goteiras.
Um dos relatos obtidos dá conta da ocorrência de pequenos alagamentos devido à chuva. Fotografias feitas por uma das fontes ouvidas mostram panos nos corredores de um dos andares para conter a água.
A assessoria de imprensa da AHVN comunicou que “por se tratar de uma rede subterrânea e com mais de 50 anos, o hospital está com um pouco de dificuldade em solucionar o problema”. A instituição ressalta que as equipes estão empenhadas em solucioná-lo.
Essa não é a primeira vez que esse tipo de situação acontece no local. Em fevereiro, um dos setores ficou alagado e ao menos 30 pacientes tiveram que ser realocados após uma pancada de chuva atingir o bairro Vila Nova. Na ocasião, a assessoria de imprensa associou o episódio a descartes indevidos em vasos sanitários.
Falta d’água
Pacientes e funcionários relatam que, desde segunda-feira (4), vêm enfrentando as consequências de desabastecimento de água no Hospital Vila Nova. Uma das pessoas ouvidas pela equipe de reportagem, que está com o pai internado, afirma que desde o início da semana, ele não tinha conseguido tomar banho – o que só ocorreu na quinta (7) à noite.
— Meu pai está com uma infecção generalizada. Tenho receio porque ele precisa dos serviços básicos de higiene para melhorar — conta o filho, que pediu para não ser identificado.
— Isso impacta na limpeza, no banheiro sem descarga, nas pias que não tem como lavar a mão, não tem como ter um pano umedecido para passar na hora de trocar a fralda. No meu caso, eu trago lenço umedecido, mas a maioria dos pacientes nem sempre tem condição disso — afirma a irmã de uma paciente, que também preferiu não se identificar.
GZH procurou o sindicato que representa a maior parte dos funcionários do Vila Nova.
— A gente não tinha recebido uma manifestação dos trabalhadores de lá, mas o assunto foi trazido à tona em uma reunião do Conselho Municipal de Saúde, em que acabo de participar — reportou o presidente do Sindisaúde/RS, Júlio Jesien, na noite de quinta.
O departamento de comunicação da instituição de saúde destacou que, no início da semana, houve uma limpeza programada nos reservatórios de água. A AHVN explica que “durante o abastecimento das caixas, foi identificado vazamento em uma das redes”.
O abastecimento de água foi normalizado parcialmente na tarde desta sexta. Segundo a assessoria, reparos que estão sendo realizados de forma emergencial resolverão o problema definitivamente.
Consultada, a Secretaria Municipal de Saúde informou que foi comunicada da limpeza dos reservatórios, mas não teve conhecimento dos problemas derivados do desabastecimento.