O avanço da dengue na região das Missões preocupa a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul (SES), que prepara um plano de ação para reforçar o combate ao mosquito e à doença. Em reunião na tarde de sexta-feira (23), a pasta discutiu estratégias e medidas a serem adotadas nos próximos dias, que podem incluir uma força-tarefa.
Na avaliação da secretária adjunta da Saúde, Ana Costa, que participou da discussão, a situação é preocupante em todo o Estado. Ela ressalta que tem sido necessário redobrar os cuidados na Região Noroeste, na qual há um alto nível de infestação por Aedes aegypti. Nesse momento, no entanto, o segundo mais alto nível está sendo registrado na região das Missões, o que já desperta atenção.
Atualmente, a macrorregião conta com 1.316 casos confirmados e outros 1.106 em investigação, além de uma morte registrada em Santa Rosa, segundo a SES. A incidência de casos no Estado é de 103,2 a cada 100 mil habitantes. Em comparação, na região das Missões, a incidência é de 281,9 casos.
Serão dois blocos de ações reforçadas: o controle do vetor, feito não somente pelas equipes de saúde e órgãos municipais, mas com a cooperação da sociedade; e o cuidado assistencial, buscando ampliar a estruturação em saúde, de modo a detectar casos de dengue, bem como qualificar o atendimento, disponibilizando hidratação e tratamentos aos pacientes.
— O objetivo é que cada município reforce as equipes de atenção primária e pronto-atendimento para evitar um agravo, visto que, em geral, a dengue pode ser tratada nesse outro nível de atenção, sem precisar de hospitalização — explica a secretária adjunta.
Nesse sentido, está sendo solicitada a extensão de horários em locais onde não há pronto-atendimento 24 horas, uma medida importante para que as pessoas possam procurar auxílio ao invés de aguardar em casa.
Do mesmo modo, há uma preocupação em disponibilizar exames de hemograma — mais do que a testagem — para analisar a condição do paciente e atendê-lo de forma a não agravar o quadro e, assim, evitar a morte. Na reunião, foi decidido ainda que a equipe da SES acompanhará diariamente a situação nos hospitais da macrorregião Missioneira, requisitando a atualização de dados.
A secretária adjunta reforça a importância de controlar o vetor, já que, além de causar agravos indesejados, o aumento significativo dos casos também lota unidades básicas de saúde e pronto-atendimentos. Ela destaca que cada local adota uma estratégia no combate à dengue, e que o Estado está disponível para apoiar no reconhecimento de qual é a melhor.
Ainda que a região esteja se mobilizando para que a situação não se agrave, Ana Costa avalia que a doença ainda deve circular. Nesse momento, contudo, o mais importante é evitar mortes até que o controle seja alcançado.
Força-tarefa
A pasta está analisando a necessidade de criar uma força-tarefa nos próximos dias, nos moldes da que está atuando na região Noroeste, para estratégias de apoio ao combate. Segundo a secretária adjunta, a decisão dependerá de como decorrerá o final de semana e da avaliação de qual seria o momento adequado para a ação.