Taiane Motta da Silva, 35 anos, está internada desde janeiro no Hospital Geral da Santa Casa do Rio Grande, no sul do Estado, esperando por uma transferência para Porto Alegre, onde deverá realizar um tratamento contra um tumor medular. Ela e a sua família aguardam respostas para que ela comece os procedimentos necessários o mais rápido possível.
Ela buscou atendimento médico no dia 17 de janeiro, quando apresentou sintomas de acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com a irmã de Taiane, Veridiana Motta, ela sentia fortes dores de cabeça e paralisia em partes do corpo, principalmente no rosto.
— No pronto-socorro demoraram dois dias para dar o diagnóstico correto. No primeiro momento, disseram que ela estava com enxaqueca, mas nós brigamos muito e eles internaram ela. Depois disso, foram feitos exames e confirmado um AVC e um aneurisma — relata a irmã.
Mais exames estavam sendo realizados quando Taiane recebeu a informação de que estava com um tumor na terceira vértebra cervical, e que essa era a causa do AVC de três dias antes. De acordo com os médicos, ela precisa fazer uma microcirurgia de tumor medular com técnica complementar para evitar que novas reações aconteçam. No Rio Grande do Sul, o procedimento só feito na Capital.
— Se ela não fizer a cirurgia, ela corre risco de vida — reforça a irmã.
No dia 20 de janeiro, a Santa Casa do Rio Grande fez a solicitação da transferência da paciente para Porto Alegre. Como o pedido não foi atendido, a família de Taiane procurou ajuda judicial. No dia 14 de fevereiro, um documento foi assinado pelo juiz Cleber Fernando Cardoso Pires do Juizado Especial Cível da Comarca de Rio Grande, deferindo a tutela de urgência e exigindo a transferência hospitalar e disponibilidade de leito.
Novamente o pedido não foi cumprido, e em uma nova decisão, foi determinado o prazo de 24 horas para realizar a transferência e a cirurgia de Taiane. O Poder Judiciário não foi atendido pelo Estado. Na última terça-feira (27), uma nova determinação exigiu que os hospitais particulares Cristo Redentor de Porto Alegre, Moinhos de Vento e Mãe de Deus, se manifestassem sobre a disponibilidade de leito e orçamento para realizar o procedimento. Agora a família aguarda a manifestação das instituições.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que não pode oferecer dados sobre o caso. A pasta também afirmou que a avaliação das prioridades é feita pelos profissionais de saúde do município de origem e da Central de Regulação.
A Santa Casa do Rio Grande também emitiu uma nota e disse que a instituição segue acompanhando a paciente diariamente. Sobre a transferência, a Santa Casa afirma que que o Sistema de Regulamentação Estadual é o responsável por alocar um leito para Taiane.