O presidente do IPE Saúde contestou, nesta quarta-feira (28), as críticas em relação à remuneração paga aos médicos e hospitais vinculados ao instituto. Conforme Paulo Afonso Oppermann, o IPE adota uma remuneração para médicos e hospitais semelhante às grandes operadoras de saúde do país.
— Posso dizer que nós estamos remunerando, estamos pagando os serviços no mesmo nível, no mesmo patamar dessas grandes operadoras (planos de saúde), tanto na parte de hospital, assistencial quanto, e isso é algo que precisa ser dito, na remuneração dos médicos — disse Oppermann, destacando o conhecimento adquirido no setor durante o período em que presidiu a Unimed Porto Alegre.
O valor pago por consulta aos médicos vinculados ao IPE, atualmente, é de R$ 108 – o que, segundo o presidente do instituto, é a média paga também por planos privados.
— Nós detectamos que, de todas as empresas (operadoras) avaliadas no Brasil, só uma do interior de São Paulo paga por consulta R$ 155. O IPE Saúde está remunerando em R$ 108. As grandes empresas, mesmo as mercantis, também estão nesse patamar. E no que diz respeito a diárias e taxas, até onde eu sei de mercado, estamos nivelados, sim, em alguns casos até acima do mercado — disse Oppermann, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio gaúcha.
A remuneração feita pelo IPE Saúde a hospitais e médicos vem sendo alvo de contestações, nos últimos dias, por associações que representam este setor. Hospitais vinculados ao plano reclamam de uma mudança de política por parte do IPE Saúde que retiraria o lucro que dessas instituições sobre remédios usados em pacientes do plano.
O IPE Saúde diz que a mudança na remuneração de remédios e demais insumos é uma exigência da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage) e uma recomendação do Ministério Público. O presidente do instituto acrescenta que, para compensar a perda de receita dos hospitais, o plano de saúde previa ampliar em 90% a remuneração das diárias e taxas.
— Precisávamos encontrar maneiras de equilibrar esse gargalo e achamos que poderíamos dobrar os valores dos serviços remunerados aos hospitais, quase dobrar, subir em 90%, especialmente nas diárias e taxas, permitindo uma compensação — disse Oppermann.
Contrários às mudanças, um grupo de 20 hospitais gaúchos ameaçou, nesta semana, suspender o atendimento de pacientes do IPE Saúde, caso as regras não fossem revistas. Diante da pressão, o instituto anunciou, nesta terça, o adiamento em um mês do início de vigência das regras, para que governo do Estado e hospitais ampliem as negociações sobre o tema.