O teste do pezinho na rede pública do Rio Grande do Sul foi ampliado de seis para sete doenças, com a inclusão da toxoplasmose congênita. Com a novidade, o Estado completa a primeira etapa de aumento de diagnósticos do exame, que, após outras quatro fases a serem contempladas, rastreará até 50 doenças no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme determina uma lei sancionada em 2021. A inclusão da toxoplasmose congênita ocorreu no último dia 26. O governo federal destinará cerca de R$ 1 milhão ao Estado para financiar a nova demanda.
O teste do pezinho é feito por meio da coleta de gotas de sangue dos pés de recém-nascidos e rastreava até então seis doenças no RS: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), no Rio Grande do Sul, o serviço de referência do exame é o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, em Porto Alegre, para onde são encaminhadas as amostras. O exame pode ser realizado nas unidades de Saúde da Atenção Primária de todos os municípios.
O que é toxoplasmose congênita
É uma doença infecciosa que ocorre quando há transmissão do toxoplasma gondii — um parasita protozoário — para o bebê por meio da placenta durante a gestação. Segundo a SES, cerca de 85% dos recém-nascidos com toxoplasmose congênita não apresentam sinais clínicos evidentes.
O risco de transmissão é de em torno de 40% e aumenta com o desenvolvimento da criança. A doença é considerada grave quando o feto é infectado no primeiro trimestre de gestação; se a infecção ocorrer no terceiro trimestre, a condição é leve ou assintomática. Lesões oculares, surdez e microcefalia são algumas das sequelas da toxoplasmose congênita.
Embora a maioria das crianças infectadas seja assintomática ao nascer, se não tratadas adequadamente, elas podem desenvolver sequelas na infância ou na vida adulta. Segundo a Secretaria de Saúde, é importante o monitoramento da saúde da gestante durante o pré-natal, antes das 12 semanas de gestação, pois, quando a mãe é tratada de forma adequada, diminui a chance de transmissão para o bebê.
Sobre o teste do pezinho
As doenças detectadas no teste do pezinho não apresentam sintomas ao nascimento; se não forem tratadas precocemente, podem causar danos à saúde da criança, como retardo mental grave e irreversível. O teste deve ser realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê. Se por algum motivo o exame não puder ser realizado no período recomendado, deve ser feito em até 30 dias após o nascimento.
Confira perguntas e respostas a respeito do teste do pezinho
O que é o teste do pezinho?
É teste laboratorial de triagem neonatal, feito a partir de gotas de sangue coletadas do calcanhar do recém-nascido.
Quando fazer o teste do pezinho?
Entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê para o diagnóstico conclusivo da doença triada e início do tratamento em até 15 dias de vida.
Qual a utilidade do teste?
Detectar doenças crônicas, genéticas e incuráveis por meio de alterações no sangue do bebê antes mesmo do aparecimento dos sintomas.
Onde fazer e quanto custa?
É realizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde nas unidades de saúde referência da gestante. Também é possível fazer o exame na rede particular de saúde.
É possível fazer o teste estendido no Estado?
Apenas na rede particular, porque o SUS ainda não disponibiliza o teste estendido do pezinho no Estado. Também não há previsão para disponibilização. No momento, é possível rastrear sete doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita.