O Ministério da Saúde (MS) decidiu antecipar, a partir desta quarta-feira (6), a segunda dose de reforço da vacina bivalente contra a covid-19 para pessoas com 60 anos ou mais e imunocomprometidos acima de 12 anos. A recomendação ocorre devido ao surgimento de uma nova variante do vírus, chamada de BA.2.86.1, e suas sublinhagens — a JN.1 e a JG.3.
Segundo o MS, a JN.1, no Brasil inicialmente detectada em exames realizados no Ceará, vem ganhando proporção global, correspondendo a 3.2% das detecções no mundo. Já a sublinhagem JG.3, também verificada recentemente no Estado nordestino, vem sendo monitorada pelo ministério nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás nos últimos meses. As subvariantes já foram encontradas em 47 países. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante é avaliada como de baixo risco.
A orientação para a segunda dose da bivalente vale para aquelas que tenham recebido a última dose do imunizante há mais de seis meses. O MS ressalta que todas as vacinas disponíveis atualmente no Sistema Único de Saúde (SUS) são eficazes contra variantes que circulam no país, prevenindo sintomas graves e mortes.
Além disso, também está disponível no SUS, gratuitamente, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir para o tratamento da infecção pelo vírus em idosos com 65 anos ou mais e imunossuprimidos com 18 anos ou mais, logo que os sintomas aparecerem e houver a confirmação de teste positivo.
Vacinação em 2024
Em outubro, o Ministério da Saúde anunciou, para a partir 2024, a inclusão da vacina covid-19 pediátrica no calendário nacional de vacinação e a vacinação da população de alto risco para agravamento da doença. A pasta adiantou o planejamento e já está em andamento a aquisição de vacinas para o calendário do próximo ano. O novo contrato prevê o fornecimento das versões mais atualizadas dos imunizantes, desde que aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A partir de 2024, a vacinação contra a covid-19 terá como foco as crianças de seis meses e menores de cinco anos. Nessa faixa etária, o esquema vacinal completo contará com três doses, que deverão ser aplicadas seguindo os intervalos recomendados: 1ª para a 2ª dose: intervalo de quatro semanas; e 2ª para a 3ª dose: intervalo de oito semanas. A criança que tiver tomado as três doses em 2023, não vai precisar repeti-las no ano que vem.
Após os cinco anos de idade, crianças e adultos que integram os grupos prioritários receberão uma dose de reforço em 2024. São eles: idosos, imunocomprometidos, gestantes e puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas com comorbidades, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores, pessoas com deficiência permanente, pessoas privadas de liberdade maiores de 18 anos, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, funcionários do sistema de privação de liberdade e pessoas em situação de rua.
Esses grupos são os que possuem maior risco de desenvolver as formas graves da doença. A inclusão desse público já passou por avaliação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI) e do Programa Nacional de Imunização (PNI).