O Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira (30), o boletim epidemiológico sobre HIV/aids de 2023 – o Dia Mundial de Luta contra a Aids é celebrado nesta sexta-feira (1º). Os dados mostram que, nos últimos 10 anos, o Brasil registrou queda de 25,5% na mortalidade por aids, que passou de 5,5 para 4,1 mortes por 100 mil habitantes. Contudo, em 2022, o Rio Grande do Sul continua a ter a maior mortalidade em todo o país: 7,3 óbitos por 100 mil habitantes. Entre as capitais, Porto Alegre também lidera: 23,8 – quase seis vezes o coeficiente nacional.
No ano passado, foram 10.994 mortes, 8,5% a menos do que as 12.019 mortes registradas em 2012. Do total, 61,7% foram entre pessoas negras (47% em pardos e 14,7% em pretos) e 35,6% entre brancos – portanto, a doença mata mais negros do que brancos.
Para Draurio Barreira Cravo Neto, diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do Ministério da Saúde, a tendência de queda nas mortes ainda vai se acentuar. Ele pondera, contudo, que a maior queda está entre as pessoas brancas. Entre pretos e pardos, há uma estabilidade.
Ainda que alguns dados reflitam a diminuição no números de casos e uma significativa queda no número de mortes, há uma desigualdade “muito grande” no país, segundo Neto. Isso camufla o que é observado na prática, especialmente em relação a pessoas de maior vulnerabilidade.