As emergências de seis hospitais de Porto Alegre apresentam superlotação na manhã desta sexta-feira (13). Por volta das 19h, a emergência do Hospital de Clínicas (HCPA) operava com mais que o dobro da lotação, com 133 pacientes para 56 leitos. Apenas casos de risco de morte são atendidos.
Questionado por GZH, por volta das 19h desta sexta, o Hospital Conceição informou que tem 79 pacientes na emergência, sendo 60 internados e 19 em observação. O setor conta com 51 leitos. O hospital restringiu o atendimento e está recebendo apenas pacientes classificados com quadros urgentes.
O Instituto de Cardiologia, Hospital da Restinga e a Santa Casa de Misericórdia também registravam superlotação na emergência na noite desta sexta. São 26 pacientes atendidos para 14 leitos disponíveis no Instituto de Cardiologia. No Hospital da Restinga, 27 pacientes recebem atendimento na unidade com um total de 16 leitos, enquanto que na Santa Casa 60 pessoas são atendidas no local com capacidade para 48 leitos.
Já o Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) recebia 11 pacientes para 10 leitos disponíveis, enquanto o Hospital Vila Nova tinha 27 pacientes para um total de 26 leitos.
Entre as alegações para o aumento do número de internações, está, principalmente, o aumento da demanda desde o fim da pandemia e a dificuldade de leitos de internação geral na cidade. Na ala pediátrica, apenas o Clínicas registra lotação. São 18 pacientes para nove leitos disponibilizados pela instituição de saúde. A unidade atende apenas casos graves.
Todas as unidades de pronto-atendimento (UPAs) — Bom Jesus, Cruzeiro do Sul, Lomba do Pinheiro e Moacyr Scliar — registram superlotação. O cenário mais crítico é o do Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul, na Zona Sul, que opera com o triplo da capacidade, com 27 pacientes para nove leitos disponíveis.
O Coordenador Municipal de Urgências, Paulo Bobek, considera que a situação do atendimento a saúde em Porto Alegre está sob controle, porque a maioria dos casos atendidos nas emergências corresponde a situações de menor gravidade.
— Três quartos desses pacientes são de classificação azul e verde, segundo o Protocolo de Manchester (que define a urgência dos atendimentos por cores) e poderiam estar na atenção primária. Historicamente, essa é a maior parte dos atendimentos. Precisamos trabalhar para educar a população para que busque a atenção primária nas unidades de saúde, já que algumas ficam abertas até as 22h — afirmou Bobek.
Ele também destaca a presença de pacientes da região metropolitana e o fato de que o fechamento de diversas unidades no feriado pressiona o sistema, mas que os índices não chegam às lotações apresentadas durante o inverno.