Os Estados Unidos aprovaram, nesta segunda-feira (11), a comercialização de vacinas contra a covid-19 com fórmulas direcionadas às variantes em circulação atualmente. A liberação ocorre no momento em que as infecções voltam a aumentar no país. As novas permissões são para imunizantes atualizados da Moderna e da Pfizer que protegem de um tipo da variante ômicron.
A FDA, agência que regula os alimentos e os medicamentos nos Estados Unidos, concluiu que os benefícios dos imunizantes superam os riscos para quem tem mais de seis meses de idade.
— A vacinação continua sendo chave para a saúde pública e a proteção permanente contra as graves consequências da covid-19, incluindo a hospitalização e a morte — disse Peter Marks, alto funcionário da FDA.
Em comunicados em separado, as duas empresas afirmaram que esperam que suas vacinas estejam disponíveis nas farmácias e clínicas nos próximos dias.
As doses devem estar disponíveis em farmácias, consultórios médicos e outros locais de vacinação dentro de alguns dias. Esta será a primeira vacina vendida comercialmente, e não exclusiva ao governo dos EUA. A Moderna informou que o preço seria de US$ 130 por dose (cerca de R$ 630 na cotação atual). A Pfizer não especificou valor até o momento.
As vacinas atualizadas da Moderna e da Pfizer têm como alvo a variante XBB.1.5, que em grande parte já desapareceu nos Estados Unidos. No entanto, segundo a FDA, resiste bem a cepas mais evasivas como a EG.5 e a BA.2.86.
Um painel convocado pelos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) se reunirá na terça-feira (12) para dar recomendações clínicas sobre quem deve receber as vacinas atualizadas.
O governo do presidente Joe Biden tem insistido em aplicar anualmente doses de reforço e espera-se que os CDC sigam por esse caminho.
Esta política seria contrária ao praticado no Reino Unido, na França e na Alemanha, por exemplo, nações onde as doses de reforço são recomendadas geralmente apenas aos idosos ou a quem sofre maior risco devido a comorbidades.
A covid-19 causou 7 milhões de mortes em todo o mundo, segundo a OMS. Mas graças às vacinas, à imunidade prévia e a tratamentos melhores, o vírus se tornou manejável.
Vacinas para quem?
Os especialistas têm opiniões diferentes sobre quem deve tomar as novas vacinas.
— Penso que é melhor que todos os americanos recebam um reforço de (vacina contra a) covid este outono. As pessoas com maior risco serão as mais beneficiadas, mas até mesmo indivíduos de menor risco obtêm resultados melhores ao se vacinarem — Ashish Jha, que trabalhou como coordenador da resposta à covid na Casa Branca, referindo-se à estação no Hemisfério Norte.
Outros, no entanto, prefeririam que os Estados Unidos aplicassem uma estratégia mais seletiva.
— Acredito que os reforços deveriam ser aplicados apenas a determinados grupos de risco (como as pessoas idosas), portanto uma abordagem única para todos pode diminuir a confiança na saúde pública — afirmou Monica Gandhi, da Universidade da Califórnia, em San Francisco (EUA).