O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) confirmou nesta segunda-feira (7) um caso de febre amarela em um bugio em Santo Antônio das Missões, na Região das Missões. Com este registro, são duas confirmações em primatas em 2023 no Estado, sendo o primeiro caso identificado em janeiro, em Caxias do Sul, na Serra.
Entre janeiro e junho deste ano, foram notificadas 73 mortes de primatas em 26 municípios gaúchos. Das 66 amostras coletadas, somente foram confirmados os casos na Serra Gaúcha, no início do ano, e nesta semana na Região das Missões.
De acordo com o biólogo que atua no Cevs, Edmilson dos Santos, em 2022 nenhuma confirmação da doença foi registrada no Rio Grande do Sul. Também não há casos de febre amarela em humanos no território gaúcho desde 2009. Santos afirma que o caso de Santo Antônio das Missões é de um bugio encontrado já morto em uma área de mata, no mês de junho. Ele afirma que a causa da morte não necessariamente é a febre amarela, mas que quando morreu o animal estava infectado pelo vírus causador da doença.
De acordo com o biólogo, após a confirmação é feito o reforço no monitoramento de outros possíveis casos no município.
— A gente faz um trabalho de monitoramento com captura de animais vivos para ver se eles têm o vírus, se permanece no ambiente. Essas são medidas na área ambiental. Das intervenções na área humana, a epidemiologia já programou uma série de ações chamando os municípios, conclamando a população para se vacinar — diz Santos.
Mesmo com o reforço no monitoramento, o profissional avalia que a situação em Santo Antônio das Missões não preocupa porque praticamente toda a população do município está imunizada contra a doença.
— A cobertura vacinal é de quase 100% para o vírus da febre amarela. É uma área pouco preocupante para a gente, mas precisamos alertar as pessoas. Quem não se vacinou ainda, que vá, porque a doença tem alta letalidade quando identificada em humanos.
Santos esclarece ainda que os bugios não são responsáveis pela transmissão da febre amarela. Estes animais são considerados como sentinelas, já que a morte deles deve ser investigada e pode indicar a presença do vírus em determinada região. A transmissão não ocorre de animal para humanos, somente acontece pela picada de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que habitam áreas silvestres. Caso algum macaco morto ou doente seja identificado pela população, o caso deve ser informado imediatamente ao serviço de saúde do município ou do Estado.
Vacinação
Crianças devem tomar a primeira dose da vacina contra a febre amarela aos nove meses e um reforço aos quatro anos. A partir dos cinco anos, não vacinados recebem dose única até os 59 anos. A imunização de pessoas com mais de 60 anos, gestantes, mulheres que estejam amamentando e crianças menores de seis meses deve ocorrer em situações especiais, como emergência epidemiológica, vigência de surtos ou viagem para área de risco. Pessoas que não têm comprovação vacinal devem se dirigir às unidades básicas de saúde.