Os médicos credenciados pelo IPE Saúde decidiram, mais uma vez, manter a paralisação das atividades. A definição ocorreu após assembleia na noite desta terça-feira (23). Os profissionais estão sem atender pelo convênio desde o dia 10 de abril. Além disso, é recomendado o pedido de licenciamento, que permita que os profissionais possam seguir atendendo nas consultas particulares sem estarem vinculados ao plano. A medida é válida por tempo indeterminado.
A principal reivindicação feita pela categoria, é o reajuste dos honorários médicos, o que, segundo o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), não é feito há 12 anos. Antes da primeira versão do projeto de lei que prevê a reestruturação do instituto, havia uma expectativa de que a medida fosse incluída pelo governador Eduardo Leite, o que não foi feito.
A classe chegou a participar de discussões com o Poder Executivo. No entanto, após a apresentação do texto definitivo e o envio à Assembleia Legislativa, a avaliação é de que os médicos ainda não estão sendo contemplados na reforma.
— Não há nenhum indicativo nesse projeto de que haverá um reajuste. Vamos discutir com todos os deputados para que sejam incluídas emendas que atendam nossas demandas — afirma o presidente do Simers, Marcos Rovinski.
Além do aumento do valor dos honorários, a categoria pretende incluir outras mudanças no texto como a participação dos médicos no conselho de administração do IPE Saúde, a criação de câmaras técnicas para auxiliar no controle de gastos da instituição, além da coparticipação por consultas.
Diferente das últimas reuniões, onde foi definida uma nova data para reavaliar a mobilização, não há prazo para que a paralisação seja encerrada.
— Assim que tivermos um fato novo significante, vamos nos reunir novamente e avaliar — complementa Rovinski.
Durante as conversas, o Piratini chegou a garantir aos médicos um valor de R$ 140 milhões de reais com o novo projeto, proveniente de uma arrecadação estimada em R$ 750 milhões. Após a apresentação do projeto definitivo, na última terça-feira, o governador Eduardo Leite afirmou ser necessário discutir a arrecadação antes de determinar os repasses.
— Não nos cabe abrir uma discussão sobre como será a utilização dos recursos a serem incrementados antes de garantir que eles existam. A gente precisa primeiro garantir que o plano de saúde tenha as receitas. Precisamos superar essa discussão, para depois ver como vamos estabelecer a revisão das remuneração das tabelas de honorários médicos — comentou Leite.
Impacto de 12% nas consultas
Em nota, o IPE Saúde afirmou que, apesar da paralisação, está funcionando normalmente. A entidade orienta os segurados a buscar alternativas de atendimento no Guia Médico Hospitalar, disponível no site do instituto. O serviço traz possibilidades de médicos, hospitais e demais tipos de prestadores credenciados no guia médico hospitalar.
Conforme a instituição, nas primeiras três semanas de Maio, houve, em média, uma redução de 12% nas consultas diárias, o que representa 1.320 atendimentos a menos por dia. Desde o início da paralisação, o impacto tem sido entre 15% e 10%, o que segundo o IPE está dentro do esperado.