Em meio à discussão sobre o projeto de reorganização do IPE Saúde, que tramita na Assembleia, o presidente do instituto, Bruno Jatene, marcou um golaço com a criação do simulador que permite aos servidores calcularem de quanto será sua contribuição. Do lançamento, no início da manhã, até as 18h, foram 37 mil simulações. A ferramenta foi desenvolvida em parceria com a Procergs.
Além da transparência, importante quando se trata de um processo complexo como esse, vale ressaltar a facilidade com que os servidores públicos podem simular quanto vão pagar e comparar com a atual contribuição. O projeto fala em "trava" para que nenhum servidor comprometa mais do que 12% do salário e em tabela de referência, para segurar os de maior renda no plano. São expressões pouco claras para boa parte dos servidores. Com o simulador, basta colocar o salário bruto, a idade e o número de dependentes (com as respectivas idades) para saber de quanto será o desconto se o projeto for aprovado.
O simulador também mostra qual é a média dos planos privados para uma família desse perfil. A intenção do governo é mostrar que, mesmo com o aumento, o IPE Saúde ainda é mais barato do que a média de um plano privado. O simulador é apenas uma referência. Os funcionários públicos podem consultar as empresas de planos de saúde para ver quanto pagariam, de fato, por um plano semelhante ao do IPE Saúde, que hoje é criticado porque perdeu qualidade ao longo dos anos.
A transparência não deve se limitar à possibilidade de o segurado poder calcular quanto vai pagar se o projeto for aprovado. O governo tem obrigação de manter atualizados os números globais do plano: quanto arrecada com servidores, quanto rendem os optantes e os convênios com as prefeituras, quanto cada poder deve ao IPE Saúde, para onde vai o dinheiro e qual é a dívida (discriminada) com os prestadores de serviços. A falta de transparência alimenta os boatos e é terreno fértil para as fake news que rondam o IPE Saúde.