A falta de anestesistas prejudica a realização de cirurgias no Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel). Desde a quarta-feira passada (7), apenas os pacientes internados no hospital estão sendo operados. Os pacientes externos, em fila de espera no Sistema Único de Saúde (SUS), não são chamados para a realização dos procedimentos — e não há previsão de retomada.
O hospital conta, em seu quadro, com oito profissionais anestesiologistas, sendo que um profissional está em licença, sem previsão de retorno. Segundo a diretoria da instituição, para as cirurgias voltarem ao ritmo normal, seriam necessários, no mínimo, 14 profissionais.
— Temos a escala de um anestesista por dia (atualmente). Temos que ter ao menos 14 para termos constância nos procedimentos eletivos — explica a Gerente de Atenção à Saúde, Cristiane Neutzling, que está atuando como superintendente substituta no momento.
O HE-UFPel realiza, em média, entre 200 e 300 cirurgias por mês, em situação normal. A interrupção parcial em novas cirurgias iniciou na quarta-feira (7). Até novembro, a instituição contava com mais profissionais. No mês passado, porém, o programa de residência em anestesiologia teve seu descredenciamento oficializado, e os médicos residentes que reforçavam a escala foram realocados em outros programas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), segundo informou a assessoria da instituição. A escala dos profissionais que atuam no hospital, então, está sendo dedicada para atender os pacientes que já se encontram hospitalizados.
A diretoria informou que trabalha em diferentes frentes para solucionar o problema da falta de profissionais. Entre as ações, o hospital encaminhou um pedido de processo seletivo simplificado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra a instituição, diante da inexistência de candidatos aprovados no concurso realizado recentemente.
Além disso, a instituição está trabalhando juntamente com a regulação da Secretaria Municipal de Saúde para redistribuição da demanda cirúrgica eletiva até que a questão seja resolvida.
Outros problemas
Em novembro, o Ministério Público Federal (MPF) enviou ofícios pedindo esclarecimentos ao Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) sobre problemas que motivaram a realização de uma greve por parte dos residentes da área de cirurgia geral. Os médicos em formação mantiveram paralisação por dois dias e os esclarecimentos já foram enviados ao MPF.