O número de testes positivos para coronavírus realizados em farmácias privadas do Rio Grande do Sul cresceu 38% entre a última semana de outubro e a primeira semana de novembro, passando de 281 para 387, mostra levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) obtido por GZH. O aumento indica nova onda de casos.
Há outro indicador em alta. A proporção de testes positivos entre todos os exames feitos, chamada de taxa de positividade, dobrou em um mês. Na primeira semana de outubro, 7,8% dos exames feitos em farmácias positivaram. Já na primeira semana de novembro, eram 14,1%.
A taxa de positividade em farmácias privadas ajuda a entender a piora da pandemia porque o número de casos está fortemente subnotificado, uma vez que muitas pessoas não realizam exame ou efetuam apenas o autoteste. Fazem parte da Abrafarma drogarias como Panvel, São João e Pague Menos.
O levantamento da Abrafarma mostra que há tendência de aumento de casos também a nível nacional. No Brasil, na primeira semana de outubro, foram 858 exames positivos e, na primeira semana de novembro, 7.850, aumento de nove vezes em apenas um mês.
Dados da associação mostraram que despencou o número de testes realizados por gaúchos. Se, em janeiro, durante a onda da primeira versão da Ômicron, foram feitos 476,4 mil testes, em setembro foram 18 mil e, em outubro, 11,5 mil.
GZH mostrou em reportagem de quarta-feira (16) que médicos e a Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) aguardam nova onda de coronavírus nas próximas duas a três semanas, gerada pela variante BQ.1, espécie de “neta” da Ômicron responsável por repique de casos em outros países.
Neste momento, a população está orientada a buscar postos de saúde para tomar as doses de reforço e atualizar o calendário vacinal. O uso de máscaras em ambientes fechados voltou a ser recomendado, sobretudo para populações vulneráveis, como idosos, imunossuprimidos, pessoas com comorbidades e familiares desses grupos.
— A covid não vai acabar. Estamos entrando com outra variante agora, o vírus muta e não tem sazonalidade, aparece à medida em que surge nova variante. Mas o impacto em agravamento da doença para a maioria da população com esquema de vacinação atualizado tende a ser cada vez menor — diz o médico Alexandre Zavascki, chefe da Infectologia do Hospital Moinhos de Vento.