A Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul ainda não está discutindo possíveis alterações quanto à volta da obrigatoriedade do uso de máscara pela população, considerando-se a recente alta no número de casos de covid-19 no Brasil.
De acordo com informações prestadas pela assessoria de imprensa da pasta nesta sexta-feira (18), seguem valendo, por enquanto, as recomendações divulgadas em nota do Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia Covid-19 na última sexta-feira (11). Eventuais modificações deverão passar, antes, pela avaliação dos integrantes do comitê.
Conforme o documento da semana passada, “o uso de máscaras de qualidade, e bem posicionadas sobre o nariz e a boca, volta a ser fortemente recomendado para a população, com uma atenção especial às populações mais vulneráveis para a doença”. O texto orienta ainda que se utilize a proteção “em ambientes com pouca ventilação e/ou quando estiver próximo de pessoas como proteção individual, além de evitar qualquer espalhamento do vírus ou exposição a ele”.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, afirmou que a equipe está apreensiva e monitorando o aumento da positividade em testes e também a circulação de novas variantes.
— É o momento de desenvolver medidas de precaução pra evitar levar pessoas com maior suscetibilidade a internações hospitalares e número maior de óbitos — disse Tani.
A diretora expressou preocupação quanto ao elevado número de indivíduos com doses faltantes da vacina contra a covid no Estado. Entre adultos (a partir de 18 anos), são mais de 600 mil sem a segunda dose do esquema primário, mais de 3 milhões sem a terceira dose (ou primeiro reforço) e mais de 2 milhões sem a quarta dose (segundo reforço).
— Somando, são quase 6 milhões de pessoas em atraso com o esquema vacinal. Isso nos coloca em situação de muita vulnerabilidade — lamentou Tani.
Questionada sobre a possibilidade da retomada de restrições, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre informou que "técnicos da secretaria analisam os dados diariamente e, se for necessário, as medidas serão tomadas".
Nesta sexta (18), em Belo Horizonte (MG), o uso de máscara voltou a ser obrigatório no transporte público — incluindo vans escolares, táxis e carros de aplicativo — e nos estabelecimentos de saúde públicos e privados. A medida vale por 15 dias, período que pode ser estendido.
O Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia Covid-19 no RS:
- Recomenda que pessoas com sintomas respiratórios utilizem máscaras de proteção facial e que evitem locais fechados e com aglomerações
- Reforça a orientação de uso de máscaras em locais com baixa ventilação e/ou riscos de aglomeração
- Reforça a importância das vacinas atuais e das campanhas de vacinação contra a covid-19, incluindo as doses de reforço
- Enfatiza que o ato de se vacinar é importante para proteção de todas as pessoas da sua convivência
- Sugere reforçar e ampliar a testagem na manifestação de quaisquer sintomas gripais, bem como o isolamento e a intensificação da vigilância genômica.