A Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul começou nesta sexta-feira (11) a distribuição do primeiro lote de vacina contra a covid-19 para crianças de seis meses a menores de três anos com comorbidades. De acordo com a pasta, o número de doses enviadas foi calculado proporcionalmente à população estimada, com o mínimo de 10 doses (que representa um frasco) por cidade.
Os 48 mil imunizantes chegaram em solo gaúcho nesta manhã. Do total recebido, 16 mil vacinas já começaram a ser enviadas aos municípios. O restante ficará armazenado pela SES para as outras duas doses que compõem o esquema vacinal. Conforme a pasta, duas doses iniciais são administradas com quatro semanas de intervalo, seguidas por uma terceira, oferecida pelo menos oito semanas após a segunda.
O início da aplicação será definido pelas secretarias municipais de saúde. Como as doses são enviadas ao Estado ultra refrigeradas (a 80 graus negativos), em caixas térmicas, pode levar até 48 horas para o descongelamento dos frascos. Além disso, a SES orienta aos municípios estratégias de agendamento ou marcação, visto que um frasco depois de aberto deve ter as 10 doses aplicadas em até 12 horas.
Segundo o governo do RS, o público total na faixa etária de maiores de seis meses a menores de três anos no Estado é estimado em 402 mil crianças. Entretanto, num primeiro momento, as vacinas são para aqueles que tenham doenças crônicas ou outros quadros clínicos que representam maior risco de agravamento ou até óbito no caso de contágio.
A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, afirma que na medida em que a população de crianças retornou as suas atividades normais, foi observado um aumento do número de casos nesse público, com elevação no número de internações associadas à covid-19:
— Embora as crianças não evoluam com tanta gravidade como nas faixas etárias mais velhas, nós também temos a Síndrome Multissistêmica Inflamatória, que se manifesta após uma infecção pelo coronavírus e tem levado a uma série de crianças apresentar um quadro mais grave, inclusive relacionado a óbito — comenta.
A tampa do frasco da vacina será na cor vinho, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e, também, segundo o governo federal, pelos pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para serem vacinadas. O uso de diferentes cores de tampa é uma estratégia para evitar erros de administração, já que o produto requer diferentes dosagens para faixas etárias específicas.
No mês passado, o Ministério da Saúde liberou a aplicação de vacinas contra a covid-19 da Pfizer em crianças de seis meses a quatro anos de idade que tenham comorbidades. A ampliação de uso da vacina da Pfizer para imunizar crianças nessa faixa etária foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro.