A esclerose múltipla ainda é uma doença que pode estar acompanhada de dúvidas, tabu e até mesmo medo. Na medida que pessoas famosas confirmam conviver com o diagnóstico, ela passa a ter cada vez mais visibilidade. Recentemente, a atriz Ludmila Dayer, conhecida por atuar nas novelas Malhação e Senhora do Destino, da Globo, afirmou conviver com os desafios e o sintomas.
Além dela, as atrizes Claudia Rodrigues e Guta Stresser também convivem com a doença e contaram ao público detalhes sobre sintomas e como receberam o diagnóstico. A esclerose múltipla é caracterizada pela inflamação em uma espécie de capa que recobre neurônios no cérebro e na medula espinhal, provocada pelo próprio sistema imunológico — portanto, é uma doença autoimune. Por ser também degenerativa, o progresso pode debilitar o paciente e provocar quadros de infecções, mesmo que não haja novos surtos.
Existem tipos diferentes: lateral amiotrófica, tuberosa e sistêmica, que provocam condições distintas aos pacientes. Quando se fala em diagnóstico de esclerose múltipla, que acomete principalmente adultos jovens entre 20 e 40 anos, por exemplo, as pessoas costumam pensar em transtornos mentais ou em casos de esclerose lateral amiotrófica (ELA) - ambos sem relação com a doença do sistema nervoso central.
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Sintomas
As consequências para os pacientes podem incluir alterações na visão, no equilíbrio e na capacidade muscular, segundo o Ministério da Saúde.
Origem
A origem da esclerose múltipla ainda é desconhecida da medicina. Embora a ciência não saiba o que provoca a doença, sabe-se que ela pode estar associada a fatores como infecções durante a infância ou carga genética, mas é um somatório de fatores. E a gravidade varia de pessoa para a pessoa.
Diagnóstico
Outra dificuldade é chegar ao diagnóstico. Guta Stresser, por exemplo, diz que começou a notar falhas na memória. Já Ludmila Dayer afirmou que além da memória, sentiu dificuldades na visão e na fala, além de dores no corpo. Ainda não há um exame específico, que confirma ou descarta a doença, por isso, os médicos costumam juntar a história clínica do paciente e exames neurológicos para avaliar se é ou não esclerose múltipla.
Tratamento
Embora não tenha cura, é algo tratável e, na maioria dos casos, possível de retomar atividades rotineiras. Com a progressão da doença, podem surgir limitações, necessidade de adaptação, mas isso não impedem que a pessoa tenha qualidade de vida, desde que siga com o tratamento adequado e as terapias necessárias, como fisioterapia ou terapia ocupacional, por exemplo.
A diferença entre os tipos
- Esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva, em que os neurônios motores superiores e inferiores (no cérebro e na medula espinhal), principais responsáveis pelo comando dos movimentos, se degeneram de forma precoce. A doença é considerada rara e atinge cerca de cinco em cada 100 mil pessoas de todas as faixas etárias, especialmente aquelas com mais de 50 anos. Entre os sintomas, estão fraqueza muscular, perda da força, sensação de tremor (fasciculações) nos músculos e alterações na deglutição e na fala.
- Esclerose sistêmica costuma ser mais comum em mulheres entre 50 e 60 anos e é autoimune, acomete múltiplos sistemas e se caracteriza por afetar a pele e a circulação. Essa patologia também causa fibroses em outros órgãos, como o pulmão, o coração e o trato gastrointestinal, enquanto a pele fica mais rígida e grossa. Em homens, costuma ser mais rara e, em geral, mais grave. O principal sintoma é a alteração na circulação, sobretudo nos dedos das mãos e dos pés, que ficam roxos quando expostos ao frio. Ao longo dos anos, podem surgir outras manifestações, como alterações dermatológicas, articulares, pulmonares e cardíacas.
- Esclerose turberosa é uma doença genética multissistêmica, ou seja, que se manifesta em vários órgãos. Essa patologia é originada nas mutações de dois genes, que codificam as proteínas responsáveis pela regulação da proliferação e da diferenciação das células, que estão presentes em praticamente todo o organismo. A doença causa cistos, nódulos e até tumores em órgãos como pele, rins, coração, olhos e pulmões. O mais afetado é o cérebro, já que 85% dos pacientes apresentam sintomas neurológicos. Entre eles, estão epilepsia, crises convulsivas, dificuldades no aprendizado e, às vezes, retardo mental e problemas de comportamento.