O Langya henipavirus (LayV), novo vírus detectado em humanos na China, ligou o alerta mundial para uma nova ameaça viral, especialmente após a Covid-19. A doença foi detectada em amostras de 35 pessoas, analisadas por especialistas locais, além de pesquisadores de Cingapura e Austrália.
O estudo publicado no New England Journal of Medicine, uma das publicações médicas mais renomadas do mundo, repercutido pelo jornal chinês Global Times na terça-feira (9), aponta que os casos de transmissão de uma pessoa para outra possui baixa letalidade. Mas ainda é necessário manter os cuidados, pois não há comprovação certeira sobre o fato.
Detectado no leste asiático, o Langya é um patógeno (organismo capaz de causar doença em um hospedeiro) que faz parte da família dos henipavirus, que contém outros cinco tipos conhecidos de vírus. Dentre ele, dois são considerados altamente contagiosos e são associados a altas taxas de letalidade, segundo os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
Sintomas
Segundo os pesquisadores, nenhum dos pacientes infectados pelo Langya morreu ou teve caso grave. Os indivíduos infectados apresentaram sintomas comuns de gripe, como febre, fadiga, tosse, náuseas, perda de apetite, dores musculares, dor de cabeça e vômito.
A baixa letalidade diferencia, ao menos por ora, o Langya da Covid-19. Além disso, a indicação de que não se trata de um vírus tão facilmente transmitido entre os humanos, mostra mais uma diferença.
Transmissão
Segundo o estudo que contou com a participação de especialistas da China, Cingapura e Austrália, os humanos foram infectados através de animais, apontados como "reserva natural" do vírus, conforme diz o Washington Post. A pesquisa ainda é considerada pequena para afirmação definitiva sobre o caso.
Onde surgiu?
Um fazendeiro chinês da província de Shandong foi detectado com o Langya no final de 2018. Na época, o homem relatou estar sentindo apenas febre.
Após o caso inédito, pelo menos 34 outras pessoas foram infectadas pelo mesmo vírus, na mesma província. Henan, na China Central, também registrou casos da doença, sendo a maioria em fazendeiros, que possuem contato direto com animais.