A partir desta quinta-feira (28), o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS) passa a contar com praticamente o dobro de vagas para a internação de crianças e adolescentes vítimas de traumas e queimaduras. O espaço onde funciona a unidade de tratamento intensivo (UTI) pediátrica passou por reforma que durou um ano e ganhou uma enfermaria, inaugurada nesta manhã, com apresentação da dupla de humor Doutorzinhos da Alegria.
Com a obra, além dos oito leitos de UTI já existentes, agora modernizados, foram agregados mais sete, destinados a pacientes menos graves e àqueles que já tiveram alta da ala intensivista, mas ainda precisam de um tempo para se recuperar. No total, o atendimento pediátrico passa a ter 15 vagas para internação.
A implementação da enfermaria era uma demanda do hospital havia 20 anos, desde quando a UTI dedicada a crianças vítimas de traumas foi inaugurada.
— Desde então, a gente tinha a demanda por leitos de enfermaria, para dar um atendimento integral a essas crianças após a alta da UTI. Vinte anos depois, esse sonho foi realizado, e a gente vai conseguir dar o atendimento com a UTI, a enfermaria e um pouco de reabilitação para essas crianças — comemora Luciana Barcellos, chefe da UTI Pediátrica e da Pediatria do HPS.
Até então, as crianças e os adolescentes que tinham alta da UTI, mas ainda precisavam de internação, eram transferidos para um quarto separado dentro da enfermaria adulta. Para fazer a ampliação dos leitos, foram contratados enfermeiros, técnicos de enfermagem, rotineiros pediatras e intensivistas.
A obra foi realizada integralmente sem o fechamento da ala. Ao lado da UTI havia um espaço sem utilidade, que foi reformado para receber a enfermaria. Quando essa parte ficou pronta, os pacientes de UTI foram deslocados para o espaço, e o local onde ficavam os leitos intensivistas passou a receber a modernização. Agora, com tudo pronto, será possível fazer a ampliação.
Segundo a diretora geral do HPS, Tatiana Breyer, não fechar a ala tornou a obra mais desafiadora:
— Obra em hospital é sempre difícil, ainda mais em hospital antigo, e o HPS tem quase 80 anos. Fazer uma obra sem deixar de atender as pessoas é o maior desafio, mas conseguimos: mantivemos todo o atendimento.
Além da ampliação das vagas, foram criadas salas de utilidades, de prescrição, um posto de enfermagem, sala multidisciplinar, de entrevistas, de terapias e de serviços. Os espaços são adesivados com motivos infantis e uma das salas conta com brinquedos, a fim de proporcionar um atendimento mais humanizado para aquelas crianças, que, por vezes, dependem de internações longas, com mais de nove meses de duração.
No total, a reforma custou R$ 3,2 milhões. Destes, R$ 2,5 milhões foram originados de emenda parlamentar do senador Lasier Martins (POD). Os outros R$ 700 mil foram pagos pela própria prefeitura.
Outras obras
Além da reforma que possibilitou a inauguração da enfermaria pediátrica, o HPS já tem outras obras em seu horizonte. A prioridade é arrumar o telhado, que apresenta problemas há muitos anos, conforme Tatiana:
— A questão do telhado é vital, porque a gente não consegue reformar outras áreas por termos esse problema.
A diretora relata que o hospital já possui o valor necessário para fazer a reforma no telhado, mas ainda faltam os últimos detalhes para que o projeto seja aprovado. Aí, o edital será publicado, a obra será licitada e iniciada. A expectativa é de que todo o processo seja concluído no ano que vem.
Além da obra no telhado, já está em andamento a reforma na UTI do quarto andar do prédio. De acordo com Tatiana, trata-se de uma modernização, para a colocação de mobiliário com materiais adequados ao padrão construtivo atualizado.
— Estamos utilizando um padrão de primeira linha, com materiais totalmente laváveis, em que a gente pode ter segurança de que não vai juntar bactéria. Isso é muito importante, para garantir a segurança dos pacientes — justifica a diretora.
Tatiana garante que este é só o primeiro passo de uma série de entregas. Segundo a gestora, os projetos foram todos elaborados a partir da visão de pacientes e equipes, ao longo de muitos anos de dedicação.