Dificuldade em reconhecer rostos, interpretar expressões e julgar a idade ou sexo de uma pessoa. Essas são algumas das maneiras que a prosopagnosia impacta a vida de quem vive com ela. Conhecida popularmente como "cegueira facial", a doença ganhou repercussão por conta do ator Brad Pitt que, em entrevista, anunciou sofrer com sintomas do quadro — embora não tenha sido diagnosticado oficialmente.
Conforme informações do National Health Service (NHS), sistema de saúde da Inglaterra, quem tem prosopagnosia usualmente não é capaz de identificar conhecidos, amigos ou até mesmo familiares. Nesse caso, estratégias como tentar prestar atenção na voz, no modo de andar ou no jeito de se vestir se fazem úteis. Por conta disso, transtornos mentais como depressão e ansiedade podem ser consequência pelo impacto nas interações sociais que a doença causa.
Há duas formas de prosopagnosia: a de desenvolvimento e a adquirida. No primeiro caso, trata-se da prosopagnosia sem danos cerebrais, e pode ter um componente genético, com ocorrências em mais de uma pessoa de uma mesma família. De acordo com o NSH, estudos científicos indicam que uma em cada 50 pessoas pode ter prosopagnosia de desenvolvimento.
Já a prosopagnosia adquirida é considerada mais rara. Essa forma refere-se quando alguém adquire a doença após uma lesão cerebral e percebe que perdeu a capacidade de reconhecer as pessoas que conhece. O quadro não está relacionado a problemas de memória ou dificuldades de aprendizado, mas pode estar associada a outros distúrbios do desenvolvimento, como transtorno do espectro autista e síndrome de Turner.
Diagnóstico e tratamento
Para confirmar o diagnóstico da doença, um neurologista, clínico-geral ou neuropsicólogo podem ser os profissionais mais adequados, que farão uma série de testes para avaliar, por exemplo, a capacidade de reconhecimento facial, memorização de pessoas, detectar semelhanças entre pessoas diferentes.
Segundo o NSH, a doença não tem tratamento específico, mas algumas técnicas podem ser aplicadas para tentar desenvolver formas de identificar as pessoas. No caso dos transtornos decorrentes da cegueira facial, como a depressão e a ansiedade, recomenda-se o acompanhamento com psicoterapia. Já quando se trata da prosopagnosia adquirida, o tratamento deve ser feito com base na lesão no cérebro que a causou.