Rosamund Lewis, a principal especialista em varíola dos macacos da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que não espera que as centenas de casos relatados até o momento se transformem em outra pandemia, mas reconheceu que ainda há muitas incógnitas sobre a doença, incluindo como exatamente ela está se espalhando e se a suspensão da imunização em massa contra a varíola décadas atrás pode de alguma forma estar acelerando sua transmissão.
Em uma sessão pública nesta segunda-feira (30), Rosamund disse que é fundamental enfatizar que grande parte dos casos vistos em dezenas de países em todo o mundo são entre gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens, para que os cientistas possam estudar mais a questão e que as populações em risco tomem precauções.
– É muito importante descrever isso porque parece ser um aumento em um modo de transmissão que pode ter sido pouco reconhecido no passado – disse a líder técnica da OMS sobre varíola.
Ainda assim, ela alertou que qualquer pessoa corre risco potencial de contrair a doença, independentemente de sua orientação sexual. Outros especialistas apontaram que pode ser acidental que a doença tenha sido detectada pela primeira vez em homens gays e bissexuais, dizendo que pode ela se espalhar rapidamente para outros grupos se não for controlada. Até o momento, a OMS disse que 23 países que antes não tiveram registros de varíola dos macacos relataram mais de 250 casos.