O Rio Grande do Sul se aproxima da marca de 8 mil casos confirmados de dengue em 2022. Já são 7.982 ocorrências confirmadas no Estado neste ano. Comparativamente, foram 10.157 registros para a doença em todo o ano passado. Cinco mortes já foram registradas pela doença em 2022, nas cidades de Chapada, Horizontina, Cristal do Sul, Igrejinha e Jaboticaba.
Já a capital gaúcha confirmou 987 casos da doença neste ano, até o momento, uma marca 13 vezes maior do que o número de infectados em 2021, quando 75 ocorrências foram registradas. Desse total, Porto Alegre apresenta 964 casos autóctones, aqueles contraídos na própria cidade, além dos 23 importados de outras regiões.
— A gente nunca teve tantos casos de dengue como neste ano. E eles continuam aumentando, a gente não teve um “pico”. Temo que isso só vá acontecer quando chegar o frio persistente — avalia o diretor adjunto da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Benjamin Roitman.
Duas regiões se destacam pelo alto número de casos de dengue em Porto Alegre. Uma delas é distrito sanitário Leste, que compreende os bairros Bom Jesus, Chácara das Pedras, Jardim Carvalho, Jardim do Salso, Jardim Sabará, Morro Santana, Três Figueiras e Vila Jardim, com 631 casos autóctones registrados. No caso do distrito Centro-Sul, que compreende os bairros Camaquã, Campo Novo, Cavalhada, Nonoai, Teresópolis e Vila Nova, são 102 casos contraídos na Capital.
Esses 743 registros representam cerca de 75% dos casos autóctones da cidade. Segundo Roitman, essa concentração se dá por conta do grande volume de infectados nos bairros Vila Nova e Jardim Carvalho. Roitman acrescenta que no ano passado os casos surgiram no bairro Santa Rosa de Lima, na Zona Norte.
A Diretoria de Vigilância em Saúde do município alerta que não há casos registrados de chikungunya ou zika, doenças também transmitidas pelo Aedes aegypti, em Porto Alegre neste ano. Em 2021, a Capital teve um caso importado de chikungunya. No Estado, são 18 casos da doença neste ano, sendo 16 no município de Água Santa, no norte do Estado.
Na quinta-feira (14), o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde apresentará, em reunião com a prefeitura de Porto Alegre, parecer quanto à elevação do status da doença na Capital de “surto” para “epidemia”. Uma possível mudança também alteraria o plano de ação contra a doença, que se encontra no nível 2 de resposta do Plano de Contingência da Dengue.
Segundo a Vigilância em Saúde da Capital, Porto Alegre conta com um laboratório que possibilita o diagnóstico de dengue em até 24 horas. Para a prevenção, a prioridade é a diminuição da população de mosquitos. Quando há o registro de um caso de dengue, uma equipe se desloca à área de residência de infectados, visitando casas e aplicando inseticidas na região em um raio de até 150 metros. Há, também, ações do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) para combate a possíveis focos em vias públicas.
É recomendado à população, além do combate a focos de criação de mosquitos em residências, o uso de repelentes e mangas compridas. Denúncias podem ser feitas pelos telefones 3289-2471 ou 3289-2472 em horário comercial ou pelo 156, inclusive em finais de semana e feriados.