A Secretaria Estadual da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (20), que o Rio Grande do Sul está em alerta máximo contra a dengue. A declaração foi discutida em reunião do Centro de Operações de Emergência em Arboviroses, que contou com a participação das áreas de assistência e vigilância do Estado, além da Fiocruz, da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-RS).
A decisão de estabelecer um alerta máximo foi tomada com o avanço no número de casos da doença. De janeiro a abril, o Rio Grande do Sul já contabiliza 10.547 infectados, sendo 9.002 contaminados dentro do território gaúcho. De acordo com a SES, a doença já provocou cinco mortes só neste ano.
Em todo o ano passado, foram 10.157 casos confirmados, sendo 9.799 autóctones e 11 mortes. De 2016 a 2019, o Estado não tinha registrado nenhum óbito por dengue. Em 2020, no primeiro ano da pandemia da covid-19, foram seis mortes e mais de 3,6 mil casos confirmados.
Conforme a secretária estadual da Saúde, Arita Bergman, a declaração tem por efeito o reforço na mobilização de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. O foco são os 177 municípios, incluindo a Capital, onde o nível de alerta é maior pelo número de casos e óbitos registrados.
— É um compromisso com o cuidado. O alerta máximo significa uma maior atenção com medidas fortes nas regiões de maior incidência — destaca.
Áreas do Estado com maior nível de alerta (por Coordenadorias Regionais de Saúde - CRS)
2ª CRS (sede Frederico Westphalen): 26 municípios (196 mil habitantes)
- 954 casos autóctones (524 casos por 100 mil hab.)
- 1 óbito
16ª CRS (sede Lajeado): 37 municípios (372 mil habitantes)
- 1.700 casos autóctones (474 casos por 100 mil hab.)
- Sem óbito
1ª CRS (sem considerar a sede Porto Alegre): 65 municípios (3,1 milhões de habitantes)
- 4.398 casos autóctones (95 casos por 100 mil hab.)
- 1 óbito
Porto Alegre: 1,5 milhão de habitantes
- 1.193 casos autóctones (80 casos por 100 mil hab.)
- Sem óbito
14ª CRS (sede Santa Rosa): 22 municípios (239 mil habitantes)
- 488 casos autóctones (219 casos por 100 mil hab.)
- 1 óbito
15ª CRS (sede Palmeira das Missões): 26 municípios (169 mil habitantes)
- 168 casos autóctones (103 casos por 100 mil hab.)
- 2 óbitos
Ações futuras*
- Organização de reunião com coordenadores regionais de saúde, prefeitos e secretários municipais de cidades prioritárias
- Modelagem de um painel com informações acessíveis à população e gestores (nível de infestação, número de casos, número de agentes de endemias, entre outros)
- Capacitação de equipes assistenciais (Atenção Primária à Saúde e rede hospitalar) com foco no manejo clínico
- Elaboração de videoaulas para equipes assistenciais e de vigilância em saúde sobre temas de interesse
*FONTE: SES