Emitida nesta terça-feira (15), a nota do Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento da Pandemia de Covid-19 sobre a desobrigação das máscaras em ambientes abertos no Rio Grande do Sul apresenta recomendações para que o uso do equipamento seja mantido por grupos vulneráveis e em situações de alto risco. O documento sustenta a decisão do Gabinete de Crise do governo do Estado de permitir que a população permaneça sem o item de proteção em espaços ao ar livre — regra que valerá somente a partir da publicação do decreto, o que pode ocorrer até quarta-feira (16).
As recomendações elaboradas pelo comitê levam em conta pontos como: a principal forma de transmissão da covid-19 (via respiratória); as principais medidas de prevenção (uso de máscaras, distanciamento físico e ventilação dos ambientes); os atuais indicadores epidemiológicos de redução de internações e a progressão da imunização contra a doença no RS. Entretanto, neste último tópico, os especialistas que integram o grupo ressaltam que “o quadro epidemiológico da covid-19 no Estado continua requerendo todos os esforços para evitar contágios e diminuir óbitos, que ainda se encontram em níveis altos”.
Diante disso, consideram que, em locais ao ar livre, onde a ventilação é a mais adequada, “pode-se optar por não usar a máscara nas situações de baixo risco, nas quais for possível manter o distanciamento físico”. Mas a nota também reforça que não é possível afirmar cientificamente que não há nenhum risco de infecção e, por isso, destaca que “o não uso de máscaras sempre depende do grau de risco que a pessoa está disposta a aceitar”.
O comitê aponta que algumas pessoas apresentam maior risco individual de hospitalização e óbito por covid-19, integrando os chamados grupos vulneráveis. Portanto, recomenda que mantenham o uso de máscaras mesmo em ambientes abertos aqueles indivíduos:
- Não vacinados
- Com doenças autoimunes
- Que tomam medicações imunossupressoras
- Com obesidade, doença neurológica, doença cardiovascular, síndrome de Down, diabete mellitus, doença renal crônica e doença crônica descompensada
- Que estejam em tratamento oncológico
A nota elenca ainda situações de alto risco, que representam maior ameaça coletiva de infecção por coronavírus, onde é orientado manter o uso do equipamento de proteção, mesmo ao ar livre. São elas:
- Quando estiver a menos de um metro de distância das demais pessoas. Exemplo: conversando com uma pessoa ou em um estádio de futebol lotado.
- Quando o tempo de contato for longo. Exemplos: mais do que duas horas conversando, uma hora falando alto ou cantando, torcendo em uma partida de futebol, show ao ar livre.
- Em locais com grande número de pessoas sem esquema vacinal completo. Exemplo: nas escolas com Ensino Fundamental I, adultos e crianças nas faixas etárias com indicação de máscara devem manter seu uso.
- Em contato com pessoas que você não conhece ou com comportamento de risco. Exemplos: pessoas não vacinadas, pessoas que recentemente frequentaram aglomerações sem máscara ou outros cuidados.
- Quando estiver com sintomas respiratórios, como tosse, espirro e dor de garganta, pois há risco de transmissão.
- Em hospitais, serviços de saúde e farmácias, mesmo que nos ambientes externos.
Por fim, o documento do Comitê Científico enfatiza a importância do uso adequado de máscaras, do respeito às decisões individuais de uso ou não uso do equipamento em ambientes em que o uso é facultativo e da vacinação com esquema completo e dose de reforço. Além disso, reforça que, mesmo que não seja obrigatória, “máscara continua sendo fortemente recomendada e a decisão depende da tolerância ao risco e demais fatores individuais e dos locais específicos”.