O ataque hacker sofrido pelo Ministério da Saúde na sexta-feira (1o), que tirou do ar os dados de vacinação disponibilizados no ConecteSus, trouxe dúvidas de como comprovar a imunização para atividades que exigem o passaporte. De acordo com o Ministério da Saúde, as alternativas de comprovação de vacinação sugeridas, neste momento, são o cartão físico, recebido no posto de saúde no momento da vacinação, e utilizar o sistema próprio de Estados e municípios para comprovar a vacinação.
Aos gaúchos, entretanto, resta somente a alternativa do passaporte físico, já que o Rio Grande do Sul não tem um banco de dados independente do SUS. É justamente esse fator que também impede que aqueles que perderam o cartão de vacinação, entregue no momento da aplicação, emitam uma segunda via para ser utilizada enquanto o sistema estiver fora.
Cidades como Porto Alegre, Cachoeirinha, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Taquara confirmaram à reportagem de GZH que, enquanto os dados do ConecteSus estiverem fora do ar, não é possível disponibilizar um cartão secundário, já que a base de dados dos municípios está vinculada ao SUS. Em caso de perda ou extravio do cartão, portanto, deve-se aguardar o retorno dos dados do Ministério da Saúde.
Em Canoas, excepcionalmente, a orientação é que se leve os documentos pessoais à unidade de saúde onde foi feita a vacinação para verificar se o cadastro feito manualmente no momento em que se vacinou permanece nos registros da unidade. Em caso positivo, é possível emitir uma segunda via.
Em Esteio, a emissão de segunda via de cadernetas física é feita desde que a pessoa tenha algum tipo de comprovante como, por exemplo, foto da caderneta. A secretaria de saúde também se vale de alguns bancos arquivados, de forma independente, por alguma inconsistência no sistema. Caso não haja nenhum registro, não é possível emitir.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, a Portaria Nº 69, de 14 de janeiro de 2021, do Ministério da Saúde, institui a obrigatoriedade de registro de aplicação de vacinas contra a covid-19 nos sistemas de informação do Ministério da Saúde. Segundo o documento, "os serviços de vacinação públicos e privados que utilizam sistemas de informação próprios ou de terceiros poderão fazer a transferência dos dados de vacinação contra a COVID-19 para a base nacional de imunização, por meio do Portal de Serviços da Rede Nacional de Dados em Saúde - RNDS, conforme orientações do Ministério da Saúde."
Fronteiras
No caso de comprovante de vacinação para viagens, na sexta-feira (1o), o governo federal divulgou que o Ministério das Relações Exteriores enviaria um comunicado aos países que recebem voos oriundos do Brasil informando sobre a indisponibilidade temporária do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 em formato digital e indicando a carteira física como um dos documentos utilizados para comprovação de imunização. Até a publicação desta reportagem, porém, o Ministério não confirmou se os países contatados retornaram sobre a alternativa.