O Equador começou nesta sexta-feira (24) a implementar a vacinação anticovid obrigatória a partir dos cinco anos. No entanto, neste primeiro dia, houve baixa procura pela população.
Neste feriado de Natal, os postos de vacinação registraram movimento baixo. Apesar disso, as ruas e shoppings centers estavam lotados de pessoas em busca das últimas compras.
— Como cidadãos conscientes deveríamos nos vacinar voluntariamente, sem sermos obrigados — disse o professor Francisco Toro, 42 anos, que estava em um posto de saúde no centro da capital.
O primeiro caso de coronavírus foi registrado no país em fevereiro de 2020. Atualmente, o Equador registra mais de 540 mil casos confirmados de covid-19 — uma taxa equivalente a 3.061 por 100 mil habitantes — e 33.641 mortes — 191 por 100 mil habitantes. De acordo com os dados oficiais, o Equador é o sétimo país da América Latina com o maior número de mortes por covid-19.
O Equador foi o primeiro país latino-americano a tornar a imunização contra a covid-19 obrigatória. As autoridades sanitárias informaram que a nova medida se deve ao aumento das infecções e à circulação de novas variantes, como a Ômicron.
O governo também esclareceu que a decisão atende à Constituição, que estabelece que o Estado deve garantir o direito à saúde. As pessoas que tenham alguma contra-indicação médica e conseguirem comprovar, ficarão dispensadas da vacinação.
Segundo dados oficiais, Quito, capital equatoriana, que tem 2,7 milhões de habitantes, já alcançou 90% de cobertura de vacinal.
O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, descartou o confinamento da população durante as férias de dezembro, período em que é possível haver um aumento das infecções e da propagação da nova variante. No entanto, optou por exigir a apresentação da carteira de vacinação em locais com aglomeração. De acordo com Juan Zapata, diretor do COE, entidade responsável por administrar a pandemia no Equador, a exigência do documento é um mecanismo de proteção coletiva para todos equatorianos.
Outra medida adotada no Equador é a fiscalização da ocupação em restaurantes, shopping centers, praças de alimentação, cinemas e academias. O limite passou de 70% para 50% da capacidade.
Exigências do trabalho
Abigail Pilataxi, 19 anos, não havia sido vacinada porque, segundo ela, só ficava em casa. No entanto, um novo emprego a obrigou a ir nesta sexta-feira a um posto de saúde para receber sua primeira dose. De acordo com a jovem, ela teve que se vacinar devido às exigências do trabalho.
No país andino de 17,7 milhões, 70% dos habitantes receberam o esquema de vacinação completo. Além disso, cerca de 950 mil pessoas receberam a terceira dose de reforço, de acordo com dados oficiais.
No porto de Guayaquil, de 2,6 milhões de habitantes, onde a pandemia sobrecarregou os sistemas de saúde e funeral entre abril e maio de 2020, somente 27% das pessoas ainda não foram vacinadas.