Começou a valer nesta quarta-feira (3) a norma que flexibiliza o uso de máscaras ao ar livre em todo o Distrito Federal. Com isso, não é mais obrigatório utilizar o equipamento de proteção em locais como parques, clubes e até caminhando nas calçadas.
Na área central de Brasília, porém, a percepção é de que a população segue usando o equipamento nesse que é o primeiro dia com a nova orientação. A reportagem de GZH passou por locais movimentados, como a Rodoviária da Capital Federal, e a maioria das pessoas estava de máscara.
Nas paradas de ônibus, a mesma coisa: no ponto próximo ao Palácio do Planalto, por volta das 13h, cinco das seis pessoas que estavam no local usavam o item – para andar no transporte coletivo, ainda é obrigatório o uso da proteção.
Por outro lado, na Esplanada dos Ministérios, se viu um número maior de pessoas sem máscara – a maior parte turistas caminhando pela região e tirando fotos em locais como o Congresso Nacional e a Praça dos Três Poderes. Na região dos ministérios, a maioria não abandonava a máscara ao sair dos prédios e se deslocar para os estacionamentos externos, por exemplo, no horário do almoço.
Em calçadas de locais com um grande número de pontos comerciais e restaurantes, como os localizados nas quadras da Asa Norte, próximo ao centro de Brasília, muita gente caminhava com o equipamento. Já no Parque da Cidade, um dos maiores de cidade, cerca de 70% das pessoas vistas praticando esportes no local não usavam máscara.
No início da pandemia, o Distrito Federal foi uma das primeiras unidades da federação a decretar o fechamento do comércio e de outros serviços, no final de fevereiro e início de março de 2020. Em abril do mesmo ano, começou a valer a obrigatoriedade do uso da máscara em locais abertos e fechados.
A Capital Federal também foi uma das pioneiras no Brasil a flexibilizar o uso do item em 2021. Junto com o Distrito Federal, o Rio de Janeiro também parou de exigir o equipamento ao ar livre. São Paulo deve aderir à medida no início de dezembro. No Rio Grande do Sul, a questão também é discutida, mas o martelo ainda não foi batido.
Melhora no cenário epidemiológico
A flexibilização foi possível em função da melhora na situação epidemiológica. A taxa de transmissão da covid-19 no Distrito Federal está em 0,72, com uma tendência de queda — quando o valor é menor do que 1, o cenário é de desaceleração da pandemia.
Nas últimas 24 horas, foram confirmadas sete novas mortes e 77 novos casos de coronavírus no DF — o total de óbitos chega a 10,8 mil.
A vacinação contra a covid-19 também avança: 87% da população acima de 12 anos que mora no Distrito Federal já tomou a primeira dose e 65% estão com o esquema vacinal completo.
No DF, foi registrada uma grande procura de adolescentes para imunização: 78,8% das pessoas com idades entre 12 e 17 anos já foram vacinadas com ao menos uma dose – uma porcentagem maior do que a faixa de 30 a 39 anos, que teve a oportunidade de procurar os postos antes da abertura da vacinação dos adolescentes e, segundo a Secretária de Saúde, foram as que menos se vacinaram até agora (76,8%).
Conforme a imunização contra a doença avança, cai o número de pessoas internadas com covid-19. Nesta semana, a taxa de ocupação de leitos de UTI no DF está em 50% e a de leitos de suporte ventilatório pulmonar, para pacientes menos graves da doença, está em 25%.
E em ambientes fechados?
Em Brasília, ainda é obrigatório utilizar a máscara ao entrar em locais fechados, como lojas, edifícios e bares. Em restaurantes, por exemplo, os funcionários precisam utilizar o equipamento de proteção e os clientes só podem retirá-lo ao consumir alimentos ou bebiddas, sentados na mesa.
Porém, essa regra pode mudar até o fim do ano. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), estuda flexibilizar o uso do equipamento de proteção também em áreas internas. A possibilidade deve ser analisada nos próximos dias, após a avaliação do governo em relação ao comportamento do contágio do vírus com a flexibilização em ambientes ao ar livre.