O governo sul-africano lamentou o fechamento de fronteiras aos seus cidadãos e viajantes e considerou que o fato de ter descoberto uma nova variante do coronavírus – "graças à qualidade de seus cientistas" – está "castigando" o país.
"Essas proibições de viagem castigam a África do Sul pela sua capacidade avançada no sequenciamento de genomas e em detectar mais rapidamente as novas variantes. A excelência científica deveria ser aplaudida e não castigada", disse o governo em um comunicado.
"Vemos também que há novas variantes detectadas em outros países. Nenhum desses casos tem relação recente com o sul da África. E a reação com esses países é radicalmente diferente da gerada pelos casos no sul da África", lamentou o ministério das Relações Exteriores neste comunicado.
O governo destaca que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda que sejam tomadas medidas semelhantes e pediu uma "abordagem científica, baseada nos riscos".
Joe Phaahla, ministro sul-africano da Saúde, denunciou nesta sexta-feira (26) a reação de vários países de fecharem suas portas para essa região do mundo antes inclusive de saberem os perigos da nova variante.
— Alguns líderes buscam bodes expiatórios para resolver um problema que é mundial — disse Joe Phaahla.
Na lista de países que já proibiram entrada de viajantes vindos de países do sul da África estão Reino Unido, Alemanha, Itália e Israel. O Brasil inicia as restrições na próxima segunda-feira. Estados Unidos também já afirmaram que seguirão o mesmo.