Um estudo canadense mostrou que a eficácia da vacina da Pfizer é maior com intervalo de oito semanas do que com 21 dias, conforme indica a bula do imunizante. A pesquisa, publicada em formato pré-print, ou seja, quando ainda não há revisão por pares, foi divulgada no dia 18 de outubro, mesmo dia em que o governo de São Paulo anunciou a antecipação das doses.
A pesquisa aponta que o intervalo menor entre as doses resulta em uma perda de até 99% dos anticorpos oito meses após a segunda injeção. Um intervalo maior consegue reduzir essa queda, diminuindo a necessidade de uma dose de reforço.
Outro artigo publicado no British Medical Journal, periódico britânico, indicou que o nível de anticorpos capazes de impedir a entrada do vírus no organismo é cerca de 2,3 vezes maior se as duas doses são dadas em um intervalo de pelo menos seis a 14 semanas em comparação a um intervalo de três a quatro.
Já uma pesquisa publicada na revista The Lancet, feito pela própria Pfizer, também apontou uma menor efetividade da vacina contra a infecção após seis meses da segunda aplicação. Mais de 3,4 milhões de pessoas que receberam as duas doses nos Estados Unidos foram avaliados entre 4 de dezembro de 2020 e 8 agosto de 2021. A mesma análise mostrou que a efetividade para evitar internação e morte se manteve em 90%.
No Rio Grande do Sul, ainda permanece a resolução da Secretaria da Saúde (SES), definida em julho, para a antecipação de 12 para 10 semanas no intervalo entre as doses. No caso da capital gaúcha, a Secretaria Municipal de Saúde reduziu, desde o dia 15 de setembro, para oito semanas o intervalo de aplicação das doses.
A decisão de Porto Alegre segue a orientação do Ministério da Saúde que, desde a segunda quinzena de setembro, recomenda a redução do intervalo do imunizante para oito semanas.
Desde o início da aplicação da vacina Pfizer em território nacional, o intervalo entre as doses foi motivo de discussão, variando de 21 dias a três meses.