A cidade do Rio de Janeiro vai discutir em novembro o início da liberação do uso de máscaras, adotado como medida sanitária obrigatória contra a covid-19. Segundo o secretário da Saúde, Daniel Soranz, todas as medidas de retomada e reabertura serão tomadas com cautela e de acordo com a situação epidemiológica da cidade.
– No mês de outubro a gente alcança 65% da população totalmente vacinada, a gente libera mais atividades a partir desse momento, e no mês de novembro, com toda a população [adulta] totalmente vacinada eu acho que é um momento mais propício para a gente discutir a liberação do uso de máscara ou não – explicou Soranz durante divulgação do 39º Boletim Epidemiológico da prefeitura, na manhã desta sexta-feira (1º).
O secretário destacou que ainda não é o momento de liberar a população do uso de máscara.
— A gente entende que é cada vez mais difícil manter a população usando máscara, não é simples esse momento, já tem 1 ano e 8 meses de pandemia, não é simples para as pessoas continuar com medidas restritivas, utilizando máscara. Mas nesse momento, o nosso entendimento é que não se pode abolir o uso do protetor na cidade do Rio de Janeiro. Nos eventos testes onde a população está totalmente testada, o panorama epidemiológico é diferente, o teste e a vacina são uma garantia maior, mas a gente ainda não se sente seguro para liberar a utilização de máscaras.
Eventos testes
Até o momento, a prefeitura autorizou a realização de 12 eventos testes com público, onde todos os participantes precisam estar vacinados e testados contra a covid-19. Cinco deles já ocorreram, todos jogos de futebol, sendo dois do Flamengo no Maracanã, dois do Vasco em São Januário e um do Botafogo no Engenhão. Em todos eles, houve uma detecção máxima de 1,1% do público ou trabalhadores testados positivos para a covid-19 e impedidos de entrar no estádio.
No primeiro evento autorizado, o jogo Flamengo e Grêmio no dia 15 de setembro, entre as 7.652 pessoas testadas, 68 deram positivo, o que corresponde a 0,9% do total. O acompanhamento por 15 dias mostrou que 10 pessoas que foram ao jogo tiveram suspeita de covid-19, com sintomas de síndrome gripal leve, e apenas uma teve a confirmação da doença. Com isso, a incidência de casos suspeitos no evento foi de 15,5 para cada 10 mil pessoas, enquanto na cidade o índice é de 98,8.
Passaporte da vacina
Na quinta-feira (30), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, derrubou a liminar que impedia a cobrança do passaporte da vacina para frequentar cinemas e academias de ginástica, por exemplo.
— Essa é uma cidade turística, que quer receber turistas, que quer voltar à normalidade, que quer fazer o Réveillon, que quer fazer o carnaval, que quer ter um verão com os hotéis lotados. Quando nós exigimos o passaporte da vacinação, nós também estamos dando um sinal para aqueles que nos visitam. Com o passaporte da vacina, estamos dizendo para os turistas responsáveis, que se vacinaram, que eles podem vir com tranquilidade. E estamos dizendo também para aqueles que não se vacinaram que, por favor, não venham, porque eles não serão bem-vindos no Rio de Janeiro. É simples assim – afirmou o prefeito Eduardo Paes.
De acordo com o prefeito, a estimativa da prefeitura é que até a segunda quinzena de novembro quase 100% dos cariocas adultos estarão com o esquema vacinal completo.