A região de Capão da Canoa recebeu o terceiro aviso consecutivo no sistema de monitoramento do governo do Estado para a pandemia da covid-19, chamado de 3As. Entre outros indicadores, o aumento do número de infectados explica o comunicado para a região. Capão da Canoa, Osório, Santo Antônio da Patrulha e Tramandaí estão entre os municípios com mais casos.
Já o número de óbitos e hospitalizados em leitos clínicos se manteve estável. Por isso, técnicos concluíram pelo envio de aviso e não de sugestão de alerta para avaliação do Gabinete de Crise.
No município de Capão da Canoa, a prefeitura está preocupada com a elevação de casos confirmados da doença, incluindo infecções confirmadas em crianças. Conforme o último boletim epidemiológico, foram confirmados 9.127 casos desde o começo da pandemia, sendo que 129 estão ativos. Há três casos ativos entre bebês, 11 entre crianças de dois a 12 anos e três em adolescentes.
Os casos são, em geral, sem gravidade, mas o secretário municipal da Saúde, Josiel Matos, ressalta que os positivados para a doença precisam seguir os protocolos de isolamento, assim como os estabelecimentos comerciais devem estar atentos aos protocolos de higiene e distanciamento social:
— Pedimos que as pessoas infectadas sejam conscientes e cumpram os protocolos de quarentena. O vírus continua circulando ainda que a vacinação tenha avançado muito no município.
Em Santo Antônio da Patrulha, 54% da população elegível voltou para tomar a segunda dose da vacina contra o coronavírus e cerca de 70% completou o esquema vacinal.
— Um número grande de pessoas não voltou para se imunizar completamente, o que gera grande preocupação. Estamos em contato com a Secretaria Estadual da Saúde para verificar o número real de pessoas que ainda precisam completar as duas doses e qual será a estratégia — disse o coordenador do Centro de Vigilância em Saúde do município, Victor Ilha.
O Litoral Norte apresentou, até segunda-feira (11), incidência de 210,3 novos casos confirmados por 100 mil habitantes na última semana. Nesta quinta-feira (14), a incidência é de 159,2 para 100 mil pessoas, bem à frente das regiões Palmeira das Missões e Pelotas, onde são registrados 90,2 infectados pelo coronavírus a cada 100 mil.
— Os dados gerais podem ter problemas porque podem ser informações com atraso. No nosso entendimento, quando damos os avisos, os gestores precisam tomar uma atitude ou devem aprofundar essas informações e averiguar na ponta se isso realmente está acontecendo— diz o o coordenador do GT Saúde, Pedro Zuanazzi, diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
Já a chefe da Vigilância Epidemiológica do Centro de Vigilância em Saúde (CEVS), Tani Ranieri, que conversou com os prefeitos e secretários da Saúde do Litoral Norte, indica que algumas estratégias precisam ser colocadas em práticas para barrar a disseminação do vírus, em especial, com a proximidade do verão:
— Os gestores precisarão intensificar o processo de vacinação e implementar estratégias de cobertura vacinal nas áreas de difícil acesso, assim como oferecemos mais testes antígenos para fazer o rastreamento dos casos e tentar diminuir a circulação dos casos. Os municípios ficaram de olhar atentamento para o seu território como um todo e avaliar a sua situação.
A Associação dos Prefeitos do Litoral Norte (Amlinorte) deverá convocar uma reunião nos próximos dias para alinhar ações nos municípios.